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Crise política

Entrevista a Augusto Santos Silva: “Na prática, António Costa tem os seus direitos políticos suspensos”

Augusto Santos Silva, fotografado no Parlamento, foi candidato do PS pelo círculo fora da Europa. Foto Ana Baião
Augusto Santos Silva, fotografado no Parlamento, foi candidato do PS pelo círculo fora da Europa. Foto Ana Baião
Ana Baiao

Disponível para voltar a integrar as listas de deputados, Augusto Santos Silva abre portas a uma geringonça, apesar do seu final precoce em 2021. Acredita que o Ministério Público tem “um problema de organização” e que a PGR não usa todos os seus poderes. E que seria “uma injustiça” Costa não poder seguir a carreira política. Conversa com o Expresso, a propósito do seu novo livro sobre política externa, mas com muita crise política à mistura

Acaba de lançar “Ligar” (Tinta-da-china), sobre política externa e os seus tempos nos Negócios Estrangeiros, mas a crise política meteu-se pelo meio. Em entrevista ao Expresso sobre o que se segue no mundo, e também em Portugal, critica a organização do Ministério Público, lamenta que esteja a haver mais privação de direitos no âmbito de processos judiciais do que no Estado Novo e menos inquietação do que antes do 25 de Abril. E deixa uma certeza: o regresso à Academia não é agora.

Neste livro descreve a invasão da Crimeia, a seguir do Donbas, e de como isso mudou muita coisa. A posição que o PCP tem sobre a guerra na Ucrânia e a polarização do debate sobre Israel e a Palestina tornarão mais difícil uma nova ‘geringonça’?

Não, porque em 2015 isso foi muito claro: os acordos incidiam na política interna, em particular em matérias de natureza orçamental. E todos os partidos subscritores mantinham total autonomia no que respeita às suas posições sobre política externa. Isso está consolidado. A posição do PCP sobre a guerra na Ucrânia restringe-se ao domínio internacional. Dali não decorre nenhum efeito que condicione a posição do PCP em matéria de política social, educativa, cultural, orçamental, económica e por aí adiante.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ddinis@expresso.impresa.pt

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