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Moedas critica Orçamento "pouco ambicioso", "extrema-esquerda racista" e deixa a avaliação a Montenegro: "Excelente trabalho"

Moedas critica Orçamento "pouco ambicioso", "extrema-esquerda racista" e deixa a avaliação a Montenegro: "Excelente trabalho"
TIAGO PETINGA

Em entrevista à SIC, autarca de Lisboa lamenta baixo crescimento da economia para o próximo ano e garante mais apoios nas rendas. Atacando a “extrema-esquerda racista” pela posição na guerra entre Israel e Hamas, diz que vai celebrar o 25 de Novembro apesar das críticas

Moedas critica Orçamento "pouco ambicioso", "extrema-esquerda racista" e deixa a avaliação a Montenegro: "Excelente trabalho"

Tiago Soares

Jornalista

“Estou aqui como Presidente da Câmara de Lisboa, mas tenho todo o gosto em comentar este Orçamento”, começou por dizer Carlos Moedas esta sexta-feira em entrevista à SIC Notícias. O documento apresentado esta semana por Fernando Medina é “pouco ambicioso” e “não traz esperança aos portugueses”, lamentou o autarca da capital, apontando para o crescimento económico previsto (1,5%). “Os portugueses têm consciência do que é isto?”, perguntou.

Mas Moedas lembra que um autarca “está na primeira linha”, garante que está muito com “as pessoas na rua”, quer “devolver-lhes a esperança” e ajudá-las nos “problemas simples”.

“Eu estou a fazer o meu papel”, assegurou, enumerando obra: as mil famílias que vão ser apoiadas na renda até ao final do ano, a possibilidade de “duplicar” esse apoio em 2024, a intenção de descer em 4% os impostos para os lisboetas também no próximo orçamento municipal, e ainda as 54 empresas tecnológicas que se instalaram em Lisboa em dois anos do seu mandato – incluindo “12 unicórnios”.

“Concordo com o líder do PSD, [mas] cada um utiliza as suas palavras”, afirmou ainda quando questionado sobre as palavras de Luís Montenegro, que classificou o orçamento de “muito betinho e bonitinho”. Desvalorizando as sondagens, Moedas assegurou que o líder do partido está a fazer um “excelente trabalho” e que pode contar com o seu apoio.

Reconhecendo que é “um ativo do partido”, Moedas lembrou que tem um mandato para cumprir e não faz “planos a dois anos”, colocando-se de fora do período pós europeias. “O meu futuro é o presente e sou um homem satisfeito”, afirmou, acrescentando que é um autarca “muito acima dos partidos”. “Nunca imaginei ou sonhei ser comissário europeu, por exemplo. Fiz um excelente trabalho e toda a gente viu".

Celebração do 25 de Novembro mantém-se, JMJ custou à autarquia €34 milhões

Questionado sobre o voto de condenação aprovado esta quarta-feira na Assembleia Municipal de Lisboa contra a iniciativa de celebrar o 25 de Novembro, que o Expresso noticiou, Moedas garantiu que vai manter os eventos já anunciados. “Eu quero homenagear os dois militares que morreram no 25 de Novembro. Isto não é de direita nem de esquerda, é a democracia”, afirmou.

“Nunca pensei que [o tema] fosse provocar a esquerda”, garantiu ainda, lembrando as opiniões de socialistas como Mário Soares e Ana Gomes sobre a importância do 25 de Novembro para “solidificar a democracia” e impedir que o país entrasse numa “ditadura comunista”.

E daí encostou o PCP e o Bloco de Esquerda às cordas: “A esquerda está a radicalizar-se e a prejudicar o país”, afirmou, já depois de ter condenado os “posicionamentos inaceitáveis” de uma “extrema-esquerda racista” sobre a guerra entre o Israel e o Hamas. Ao mostrar “conivência com terroristas”, “a extrema-esquerda está a mostrar a sua verdadeira face”, e isso “dá mais responsabilidade aos políticos moderados”, vincou o autarca de Lisboa.

Além disso, Moedas anunciou que a câmara gastou €34 milhões na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), menos €1 milhão do que diz ter fixado como tecto máximo. E está “muito satisfeito”: “Eu poupei dinheiro aos lisboetas. E estamos muito contentes porque ainda hoje o Papa diz em todo o mundo que esta foi a melhor JMJ do seu pontificado. E isso é um orgulho brutal para todos nós.”

O relatório completo das despesas de Lisboa com o certame será apresentado amanhã, quinta-feira.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: tsoares@expresso.impresa.pt / tiago.g.soares24@gmail.com

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