Política

Marcelo afirma que “reagir rápido e em força” às tarifas de Trump “não é inteligente” e elogia a “ponderação” da UE e do governo português

Marcelo afirma que “reagir rápido e em força” às tarifas de Trump “não é inteligente” e elogia a “ponderação” da UE e do governo português
JOSE SENA GOULAO

Perante o comportamento imprevisível de Trump, que muda “de manhã para a noite”, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que "a reação imediata é ultrapassada pelos acontecimentos". Elogiou também as medidas anunciadas pelo governo de Montenegro e não esconde que esta situação o favorece nas eleições legislativas

Marcelo afirma que “reagir rápido e em força” às tarifas de Trump “não é inteligente” e elogia a “ponderação” da UE e do governo português

Eunice Parreira

Jornalista

Marcelo Rebelo de Sousa considera que a União Europeia reagiu de forma acertada em relação ao aumento das tarifas dos Estados Unidos. A ação ponderada e serena era a única opção possível num crescente panorama de “instabilidade”.

“A primeira tentação é reagir rápido e em força, mas não é a mais inteligente, porque como o comportamento [de Trump] é imprevisível, de repente aquilo que era a reação imediata é ultrapassada pelos acontecimentos”, afirmou o Presidente da República aos jornalistas. Elogiou os países que souberam “respirar fundo” e, em especial, a União Europeia que agiu com “serenidade, sem pressa e ponderadamente”.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que as medidas anunciadas pelo governo para mitigar os efeitos das taxas foram “prudentes” e “cuidadosas”. Alertou ainda que este apoio “dá uma vantagem enorme aos governos em relação às oposições”. “É evidente que [o primeiro-ministro] está a marcar alguns pontinhos e a aproveitar para isso”, o que “objetivamente favorece-o” nas eleições legislativas.

Trump é um “jogador” que furou a ordem económica criada pelos Estados Unidos

Perante a subida das taxas dos Estados Unidos, o Presidente salientou que Trump é “um negociador e um jogador”, sendo que “uma coisa é gerir a vida pessoal como empresário e outra coisa é gerir o país e o mundo”. "A América é um império, mas os impérios acabam", salientou.

Os EUA “tinham ajudado a montar a Organização Mundial do Comércio, para haver regras, para haver uma ordem económica e de repente furam a ordem”. Uma tentativa já testada durante o primeiro mandato de Trump, mas que agora foi aplicada “generalizadamente”.

Marcelo considera ainda que estes desenvolvimentos “não são uma nova ordem, é um aproveitamento de uma situação a pensar no interesse americano” e “de acordo com a vontade do Presidente americano”. O primeiro efeito desta situação é a imprevisibilidade”, mostrada pela instabilidade da bolsa e que não favorece ninguém. “Quando é um homem a definir o destino do mundo, e pode ter milhentos consultores, mas é apenas um homem, o mundo deixa de ter regras”, alerta.

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