Política

“Um bando de delinquentes”, diz Pedro Nuno sobre a bancada do Chega

“Um bando de delinquentes”, diz Pedro Nuno sobre a bancada do Chega
JOSÉ SENA GOULÃO

Indignado com os insultos a uma deputada cega, o líder do PS acusa os deputados escolhidos por André Ventura de "não terem educação" nem "o menor respeito pelas regras"

“Um bando de delinquentes”, diz Pedro Nuno sobre a bancada do Chega

Vítor Matos

Jornalista

Pedro Nuno Santos fez questão de demonstrar a sua "indignação", esta sexta-feira, em relação aos insultos que se ouviram a partir da bancada do Chega, dirigidos à deputada socialista Ana Sofia Antunes, que é cega. Numa declaração aos jornalistas na Sala dos Passos Perdidos, na Assembleia da República, o líder do PS - que apresentou uma proposta para introduzir sanções no código de conduta dos deputados - classificou a bancada de André Ventura como "um bando de delinquentes".

Os insultos foram proferidos durante um debate sobre necessidades educativas especiais depois de uma deputada do Chega, Diva Ribeiro, ter dito ser "curioso" que Ana Sofia Antunes "só consiga intervir em assuntos que envolvem infelizmente a deficiência” o que, de resto, não é verdade. Depois, ouviram-se insultos e apartes como “aberração”, “não sei quê da esquina” e “drogada” a partir de deputados do Chega.

"Um partido que está sempre a invocar a moral na relação com os outros, não tem moral e precisa de revelar educação, respeito e abandonar a má criação e a grosseria", com que atua na Assembleia da República, acusou o secretário-geral do PS, a propósito do comportamento generalizado dos deputados do Chega, nesta e noutras circunstâncias.

Na sequência da acumulação de casos em plenário e de queixas de insultos, sobretudo a deputadas, nos corredores, Pedro Nuno Santos acusou os deputados do Chega de "bullying": "Não respeitam ninguém, não respeitam os colegas de trabalho, não respeitam o Parlamento, não respeitam os jornalistas, não respeitam quem lhes paga o salário, que são os portugueses".

Fazendo um paralelo com a vida numa empresa, o líder do PS afirmou que os deputados do Chega fazem "bullying" aos colegas de trabalho e disse que,"em qualquer emprego, quem passa os dias a insultar os seus colegas de trabalho, o mais provável é ter um processo por despedimento ou mesmo um despedimento".

Em direto nas televisões, o secretário-geral socialista falou então diretamente aos eleitores do Chega: "Quem votou no Chega, e quem votou e que tem uma grande adesão à ideia do cumprimento da lei, das regras da ordem, fica a saber que os deputados que elegeu não têm o menor respeito nem pela ordem, nem pelas regras, nem pela lei. Não têm nada a dar, a trazer à vida política portuguesa", acusou. "Isto é inaceitável, era o que vos queria dizer", apontou o líder socialista. "Há momentos em que nós temos que afirmar a nossa indignação".

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