Política

Marques Mendes não acredita numa crise política: "acho que o PS vai viabilizar o Orçamento do Estado e, se o fizer, ganhará credibilidade"

Marques Mendes não acredita numa crise política: "acho que o PS vai viabilizar o Orçamento do Estado e, se o fizer, ganhará credibilidade"

Luis Marques Mendes critica, sem o nomear, Hugo Soares: “Não pode haver uma hesitação: de um lado, está uma democrata, Kamala Harris; do outro lado, está um político que não respeita as regras básicas da democracia”. O comentador da SIC vaticina ainda um final feliz para o Orçamento do Estado de 2025

Marques Mendes não acredita numa crise política: "acho que o PS vai viabilizar o Orçamento do Estado e, se o fizer, ganhará credibilidade"

Rui Gustavo

Jornalista

É a pergunta que agita o meio político nacional: o Orçamento do Estado para 2025 vai ser aprovado no Parlamento? Conseguirá o Governo minoritário do PSD o apoio parlamentar suficiente para aprovar o documento essencial à governação? Apesar de no PS cada cabeça ditar uma sentença, Luís Marques Mendes não tem dúvidas: “Julgo que o OE vai ser aprovado. E é bom que assim seja”, disse na noite deste domingo o comentador da SIC.

Mais: “Com negociações ou sem negociações, acho que o PS vai viabilizar o OE com a sua abstenção. E, se o fizer, ganhará credibilidade. É a ideia de que dá primazia ao interesse nacional”, diz o antigo presidente do PSD, que critica os companheiros de partido: “Não é só o Chega que deseja eleições. Também no PSD há dirigentes que gostariam de ir novamente a votos. Não o dizem, mas pensam-no. A ideia é que eleições antecipadas nos próximos meses poderiam reforçar a AD e fazer com que o Governo fosse menos minoritário. No fundo, é o sonho cavaquista de 1987”.

Na última edição impressa do Expresso, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, admitiu que teria “muita dificuldade” em escolher entre os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos. Sem o nomear, Marques Mendes atirou: ”Não pode haver uma hesitação: de um lado, está uma democrata, Kamala Harris; do outro lado, está um político que não respeita as regras básicas da democracia. Não reconheceu os resultados eleitorais de 2020. Quando assim é, não pode haver hesitação na escolha"

A análise semanal de Marques Mendes começou com “a surpresa de agosto” anunciada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro. “A atribuição de um bónus extraordinário a 2,4 milhões de pensionistas, com três escalões de apoio, de pagamento automático em outubro, com um custo de 400 milhões de euros.” que irá abranger “94 por cento dos pensionistas”. Para Marques Mendes não faz sentido classificar esta medida como eleitoralista ou dispendiosa porque “o Estado, este ano, tem uma folga financeira enorme” e “por isso é que esta medida é tomada agora e se aplica apenas em 2024”. E quem diz que os pensionistas vão ter os seus aumentos anuais e a inflação está contida. "não sabe o que é viver com pensões de 600, 700 euros, ou até menos. É preciso sensibilidade.

O comentador da SIC considerou como “facto político da semana” o “desafio do Chega para um referendo sobre imigração” que “ocupou um enorme espaço mediático”. Apesar disso, “é quase impraticável” e o Chega “nem sequer é capaz de apresentar uma pergunta para referendo que “passe” no Tribunal Constitucional.

Segundo Marques Mendes, “há meses que o Chega anda a perder espaço político”. Porque “uma coisa é ser oposição a um governo de esquerda como era o governo de António Costa, ainda por cima desgastado e em fim de ciclo” e “outra coisa, mais difícil, é ser oposição a um governo de centro-direita, ainda por cima fresco e em início de mandato. Logo, estando a perder espaço, o Chega procura “números” mediáticos para ganhar palco. Apesar disso, o comentador considera que ”faz todo o sentido" debater a imigração.

Por exemplo: “A ideia de que os imigrantes “tiram” os empregos aos portugueses. É uma ideia errada. A prova é que temos das taxas de desemprego mais baixas de sempre, enquanto o número de imigrantes tem vindo a aumentar”. Ou que "a imigração é sinónimo de criminalidade. Nova ideia falsa. Os números provam exatamente o contrário. O número de imigrantes tem vindo a aumentar e, todavia, a população prisional ligada à imigração tem vindo a diminuir".

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