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A Geração Z está a dividir-se politicamente: as mulheres estão à esquerda e os homens à direita - e Portugal não é exceção

As mulheres são mais propensas a sentirem-se financeiramente inseguras e preocupam-se mais com a segurança laboral, dizem os analistas
As mulheres são mais propensas a sentirem-se financeiramente inseguras e preocupam-se mais com a segurança laboral, dizem os analistas
SOPA Images

Em vários países do mundo, a disparidade aprofunda-se, com os homens mais jovens a aderirem cada vez mais a ideologias conservadoras e até autoritárias. Em Portugal, notam os analistas, a tendência também se verifica. Mas quais são as causas, os efeitos e as perspetivas de futuro?

O filósofo colombiano Nicolás Gómez Dávila disse, certa vez, que os reacionários só se tornam reacionários “nas épocas que guardam algo digno de ser conservado”. A frase parece encaixar nos jovens da Geração Z – aquela nascida entre meados dos anos 1990 e 2010 –, que atravessaram muitas mudanças nos últimos anos e que procuram preservar certas tradições para enfrentarem menos riscos.

“No mundo ocidental, muitos dos pilares de significado e estabilidade que nos davam direção foram desmantelados. Em alguns casos, isto foi positivo, e, caso não acontecesse, teria de ser considerado; no entanto, a taxa de mudança foi exponencial”, explica ao Expresso o psicoterapeuta neerlandês Mark Vahrmeyer, que trabalha com os mais jovens. “A religião - Deus - perdeu o sentido, a família perdeu o sentido, o casamento perdeu o sentido, e até em questões de género, o significado é discutível para a Geração Z. Acredito que isso os deixa cambaleantes, sentindo que a sociedade pode oferecer-lhes muito pouco em termos de significado.” Jovens entre os 18 e os 29 anos estão, portanto, “a recorrer a posições tribais, binárias, para procurar segurança e identidade”, sustenta o académico.

Um artigo publicado no “Financial Times” diz que a Geração Z está dividida ao meio no que diz respeito à ideologia política: elas estão cada vez mais progressistas, e eles mais conservadores. A tendência verifica-se em países tão distantes quanto Estados Unidos e Polónia, Alemanha e Coreia do Sul.

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