O programa eleitoral do PCP quer ser mais uma prova de como o partido é o único capaz de garantir uma inversão das “políticas de direita”. Durante a apresentação do documento, esta quinta-feira, seguiu-se a estratégia de combate ao voto útil no PS colocando-o no mesmo saco que os partidos de direita. “O programa eleitoral que hoje aqui apresentamos é um programa de rutura com o trajeto que nos trouxe até aqui, um programa de ruptura com a política de direita”, defendeu Paulo Raimundo, no Hotel Zurique, em Lisboa. Área a área - da saúde à educação, da economia aos transportes públicos - o secretário-geral do PCP defendeu as linhas gerais do programa com que vai à luta a 10 de março.
Entre as medidas enumeradas pelo líder comunista estiveram o aumento dos salários num mínimo de 15%, a redução do IVA sobre a electricidade, gás e telecomunicações para 6%, a reposição da idade da reforma nos 65 anos ou a contagem do tempo de serviço dos professores - em resposta aos jornalistas, Paulo Raimundo adiantou que acompanha a proposta da Fenprof de uma reposição faseada até 2026.
Apesar de o futuro poder incluir um novo acordo com os socialistas – caso seja necessário um entendimento para uma maioria parlamentar de esquerda –, para já o foco do PCP está em afastar o voto no PS. Para isso, os comunistas acentuam o discurso que cola o PS às “políticas de direita”. “É este o voto [no PCP] que conta para romper com a política de direita, venha ela de onde vier. Do PS, que reafirma a vontade de prosseguir o rumo que está em curso. Do PSD e do CDS, que o que querem é voltar a 2011 para levarem por diante aquilo que os trabalhadores, o povo e a CDU travaram, o desastre e retrocesso social”, atirou.
Não só o PS, mas também o PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega são só “promessas e intenções para amanhã” e, caso cheguem ao poder, vão procurar “justificar a impossibilidade de concretizar as promessas agora feitas”, defendeu Paulo Raimundo.
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