O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, exigiu “explicações imediatas” de Miguel Albuquerque, na sequência das buscas da PJ esta quarta-feira à casa do presidente do Governo Regional da Madeira e da detenção do presidente da câmara do Funchal, suspeitos de crimes de corrupção e participação económica em negócios.
“Parece-nos que Miguel Albuquerque terá nas próximas horas de dar explicações e avaliar se tem ou não condições para continuar em funções. Essa explicação tem que ser imediata e Luís Montenegro tem que dizer depois aos portugueses se mantém ou não confiança política em Miguel Albuquerque”, disse Rui Rocha em declarações aos jornalistas, nos Passos Perdidos, no Parlamento.
Afirmando que a IL se pauta pelo "mesmo padrão de exigência ética" nas funções públicas, o líder liberal sublinhou que “não interessa se é o partido A ou B” que está em causa, lembrando que teve sempre uma posição “muito afirmativa” na Madeira contra a corrupção, nomeadamente na campanha eleitoral, ao lado de Nuno Morna, eleito deputado regional pelo partido. “Toda a promiscuidade entre negócios e política era francamente indesejável”, vincou.
Para Rocha, à medida que tempo passa sem haver explicações dadas por Albuquerque, o presidente do Governo Regional da Madeira fica “mais fragilizado”, deteriorando as suas condições para se manter no cargo. “Deve vir imediatamente explicar a sua eventual intervenção nestas matérias. Se não o fizer ou o demorar a fazer estaremos numa situação de absoluta fragilidade e terá que retirar as suas concluões”, insistiu.
“Luís Montenegro tem que dizer o que pensa disto tudo. E desafio também o PAN [que apoia o Governo] que venha manifestar a sua posição”, acrescentou.
Questionado sobre se suspeitas que recaem sobre os dois sociais-democratas na Madeira pode prejudicar a campanha eleitoral e a direita, Rocha considerou que são “planos distintos” e que serão importantes as posições que os partidos e os seus protagonistas tomarão sobre estas matérias.
Disse ainda acreditar que não haverá nenhuma relação entre as campanhas eleitorais e as investigações judiciais: “Há que ter confiança na Justiça em Portugal, se as investigações fossem atrasadas por campanhas eleitorais é que ficaria preocupado”, atirou.
A PJ está a realizar uma centena de buscas no arquipélago da Madeira, mas também em empresas no continente, numa operação que tem como principais alvos o presidente do Governo Regional e o autarca do Funchal. Em causa está a suspeita da prática de crimes de de corrupção, participação económica em negócio ou abuso do poder.
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