O secretário-geral do PS promete dar um "novo impulso" à valorização salarial das forças de segurança, na sequência do que considera tem sido feito pelo atual Governo, sem se comprometer com "nenhuma solução em particular". Em resposta aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, onde foi recebido pelo Presidente da República, Pedro Nuno Santos mostrou-se ainda “preocupado” com a crise na comunicação social, que está neste momento a afetar de forma particular o grupo Global Media, cujos trabalhadores estão com salários em atraso.
A propósito do protesto de agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) por o Governo ter atribuído um suplemento de missão apenas à Polícia Judiciária (PJ), o novo líder socialista defendeu que o trabalho feito pelo atual governo deve continuar e deixou elogios ao trabalho das forças de segurança, que “nunca falharam ao povo português nas suas responsabilidades”.
“A nossa segurança coletiva depende do trabalho dos homens e mulheres que dedicam o seu trabalho à PSP e GNR, e por eles o nosso respeito é total”, começou por dizer, afirmando que, ao longo dos anos, “o governo tem procurado valorizar as carreiras, e esse é um trabalho que deve continuar”. “Há um compromisso do atual governo de subida dos salários numa média de 20% até 2026, esse trabalho deve continuar, e queremos dar um novo impulso”, disse, sublinhando que o objetivo é que as forças de segurança estejam “motivadas e se sintam respeitadas”.
Sem se querer comprometer com “nenhuma solução particular”, nomeadamente se o suplemento de missão devia ser estendido às restantes polícias e não apenas à PJ, Pedro Nuno limitou-se a apelar à “valorização salarial”. “Não quero estar a fechar nenhuma solução em particular, mas o princípio de valorização salarial é fundamental e queremos trabalhar com as organizações que representam estes trabalhadores, com a certeza de que numa situação de alguma tensão, as forças de segurança nunca falharam ao povo português nas suas responsabilidades”, disse.
Sobre o protesto que também decorre hoje em relação aos trabalhadores do Global Media Group, Pedro Nuno Santos afirmou que tenciona reunir com o sindicato dos jornalistas para perceber o “panorama geral” da situação da comunicação social em todo o país.
“Olhamos para a situação atual com grande preocupação, a comunicação social é estruturante no funcionamento da nossa democracia. O contributo que a comunicação social tem dado à qualidade da democracia deve ser preservado e defendido. Este grupo representa órgãos de comunicação social que tem uma grande credibilidade junto da sociedade portuguesa. Desejamos que esta situação seja superada o mais depressa possível, e que sejam assegurados os salários aos trabalhadores”, disse, estendendo a preocupação com este grupo de comunicação social a todo o setor.
Para isso, disse, vai pedir uma reunião com o sindicato dos Jornalistas “para podermos ter o panorama geral da comunicação social no país". "Porque é central para a qualidade da democracia termos uma comunicação social a funcionar com qualidade”, disse.
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