
Líder do PSD pressionado a ganhar as europeias no embalo do descontentamento com o Governo. Mesmo apoiantes acham que deve sair se perder
Líder do PSD pressionado a ganhar as europeias no embalo do descontentamento com o Governo. Mesmo apoiantes acham que deve sair se perder
Jornalista
Quando era líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa demitiu-se antes das europeias de 1999, depois de fechar uma lista de peso, com Leonor Beleza, Paulo Portas e Marques Mendes à cabeça. No PS, António José Seguro foi defenestrado em 2014 por António Costa, depois de uma vitória curta contra a maioria de direita. Luís Montenegro e o seu estado-maior sabem que as eleições europeias no próximo verão serão tão decisivas para a sua liderança como no passado foram para outros líderes da oposição. Montenegro tem nomes na cabeça, mas gostaria de ter um candidato com o perfil do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para ir buscar novos eleitores aos descontentes com o Governo e alargar a base de apoio do PSD.
Apesar de ir dizendo em conversas com outros protagonistas que não quer ir para o Parlamento Europeu — “estará a esconder jogo?”, questiona uma das fontes que já o ouviu negar essa hipótese —, Rui Moreira abriu a porta ao PSD numa entrevista ao “Público” esta semana. “Se surgir um convite, terei de pensar”, disse o presidente da Câmara do Porto, explicando que não trocaria a Avenida dos Aliados “por um prato de lentilhas”. Será preciso, então, medir o tipo de entendimento que o “Porto, o nosso Movimento” possa fazer com o PSD para as próximas autárquicas e a disputa sobre quem sucederá a Moreira, dizem fontes de ambos os lados ao Expresso. Mas ressalvando que voar para Bruxelas “não é provável”, por o obrigar a sair a meio do mandato, que só termina em outubro de 2025, Moreira admitiu ter o seu trabalho praticamente feito.
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