No início, quando Bruxelas aprovou com os vários Estados-membros o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para fazer face à recuperação pós-pandemia, muitos pensaram que a famosa “bazuca” seria “uma espécie de helicóptero a distribuir dinheiro”. Não é, diz agora António Costa. Falando num auditório do CCB, em Lisboa, no encerramento da sessão de apresentação da reprogramação do PRR, o primeiro-ministro sublinhou que o PRR que o país tem de executar até 31 de dezembro de 2026 (nem mais um dia) será promotor de uma “transformação estrutural do país”. Transformação essa que só será visível aos olhos do governo seguinte.
A questão é que essa transformação não fará crescer a economia nem este ano nem no próximo, nem sequer em 2026, mas sim dali para a frente. Quando este governo já não estiver em funções. “Estamos mesmo a fazer um investimento que não aumenta o PIB hoje ou para o ano, estamos a falar de um instrumento que vai acrescentar 8 mil milhões de euros de volume de negócios à economia a partir de 2026”, disse o primeiro-ministro perante uma plateia que assistia à sessão de apresentação da reprogramação do PRR agora aprovada em Bruxelas, na sequência dos aumentos dos custos da energia e matérias-primas com o disparar da inflação.
A mesma plateia que ouviu o primeiro-ministro dizer que não tem angústias com o relógio do PRR, que não para. Está sim, disse, “estimulado" porque que os portugueses (ou os governantes) trabalham melhor sob pressão:
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