Uma medida “tardia”, que só foi tomada depois de o BCE ter subido as taxas de juro para o pico mais alto de sempre e cujo problema podia já estar resolvido desde março, altura em que deram entrada no Parlamento as propostas legislativas do PSD para ajudar as famílias a comportar as subidas dos juros nas prestações do crédito à habitação. É assim que os social-democratas veem as medidas do governo, noticiadas esta sexta-feira pelo Expresso, para procurar reduzir o encargo das famílias com o crédito à habitação no médio prazo.
“Perdeu-se muito tempo. Propusemos em fevereiro [o projeto de lei deu entrada no Parlamento em março] que se fixasse a taxa de juro no valor que estava na altura, e que depois o diferencial acumulado fosse deslocado para a frente, ou para quando a taxa de esforço baixasse ou mesmo para o fim do contrato”, explica ao Expresso o vice-presidente do partido, António Leitão Amaro, desafiando o PS a aprovar este projeto de lei do PSD, que começou por ser aprovado na generalidade, mas que ficou em banho-maria na comissão parlamentar à espera das medidas do Governo para a Habitação.
As medidas do PSD só serão votadas em outubro, sendo que o PSD já antecipa que os socialistas se preparam para chumbar tudo - mesmo os projetos de lei que são muito semelhante àquilo que agora o Governo vem propor. Como o Expresso noticiou esta sexta-feira, o Conselho de Ministros prepara-se para aprovar na próxima semana um mecanismo negociado com os bancos no sentido de estabilizar a prestação do crédito à habitação durante dois anos. A ideia é reduzir a taxa de juro (fazendo uma espécie de desconto na Euribor) para aliviar o esforço das famílias nesta altura em que os juros estão mais altos para tentar travar a inflação, e empurrar depois esse pagamento para mais tarde - para uma altura em que previsivelmente a Euribor já estará mais baixa e o rendimento das famílias já permita acomodar essa compensação.
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