As ‘prendas’ para os jovens aumentavam a cada linha do discurso de António Costa, na rentrée socialista, em Évora, na noite desta quarta-feira. Em vésperas de apresentação do Orçamento do Estado para 2024, António Costa, na qualidade de secretário-geral do PS mas também primeiro-ministro, pediu autorização para, em vez de fazer um comício de rentrée, dar uma aula aos jovens socialistas sobre o que os deve mover no mundo da política: convicção, foco na resolução dos problemas das pessoas, resiliência (e não “ansiedade”) e muito “otimismo irritante” - “é com otimistas irritantes e não com velhos do Restelo que o país anda para a frente”, disse, numa indireta ao Presidente da República que lhe pôs o rótulo.
“A política não pode ser um exercício de números mediáticos”, começou por dizer, lembrando que os partidos vão a votos de 4 em 4 anos e que, até lá, são avaliados pelo cumprimento do seu programa. Foi nesse sentido, e em resposta indireta ao desafio lançado por Luís Montenegro na rentrée social-democrata sobre a descida de IRS (1,2 mil milhões de euros já este ano), que António Costa garantiu que não iria entrar no leilão nem mudar a trajetória consistente que tem seguido até aqui: a trajetória prevista para o IRS está inscrita no Programa de Estabilidade, já levou ao desdobramento de escalões e a uma redução de 2 mil milhões de euros, e prevê continuar a “retirar nos próximos anos [até 2027] mais 2 mil milhões de euros no imposto sobre o rendimento do trabalho. ”Não precisamos de vir aqui inventar nada", disse António Costa, fazendo a defesa da “previsibilidade” e da “estabilidade” de políticas.
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