PSD: Hugo Carneiro “já esperava há muito tempo” que buscas pudessem acontecer e diz-se “tranquilo”
Deputado do PSD confirma que foi alvo de buscas em duas residências e diz que sempre pautou atuação por “rigor” e “defesa do interesse público”
Deputado do PSD confirma que foi alvo de buscas em duas residências e diz que sempre pautou atuação por “rigor” e “defesa do interesse público”
João Diogo Correia, em Estocolmo
Jornalista
Depois de Rui Rio se ter dito “muito tranquilo” (embora tenha também ironizado) com as buscas domiciliárias e a cinco sedes do PSD que a PJ fez esta manhã, o deputado Hugo Carneiro, outro dos visados e alvo das buscas, repetiu o sentimento. “Não posso senão estar tranquilo”, disse o social-democrata numa declaração ao início da tarde feita no Parlamento. “Já esperava há muito tempo que isto pudesse acontecer”, afirmou ainda Carneiro, porque “praticamente todos os colaboradores do grupo parlamentar e do PSD já foram chamados há meses para prestar declarações”.
Hugo Carneiro diz que não teve nenhuma indicação de que venha a ser constituído arguido, mas mostrou disponibilidade para, caso lhe seja levantada a imunidade parlamentar, “continuar a colaborar com o Ministério Público (MP) e a Polícia Judiciária (PJ)”. Mesmo repetindo que respeita o trabalho das autoridades, o deputado pediu que “o processo possa avançar o mais depressa que puderem”.
A Polícia Judiciária fez esta manhã buscas nas sedes nacionais do PSD, na distrital do Porto e na sede da Juventude Social Democrata, além de várias buscas domiciliárias, desde logo à casa do ex-presidente Rui Rio. Todas visam, de facto, a anterior liderança do partido e alguns dirigentes dessa altura, caso de Hugo Carneiro, que era secretário-geral adjunto de Rui Rio, e que confirmou que, tanto a sua residência arrendada em Lisboa como a residência que tem no Porto, foram alvo de buscas. “Colaborei com o MP e a PJ, facultando os acessos e as passwords todas”, garantiu o deputado, cujo telemóvel também foi investigado.
As suspeitas são de crimes de peculato e abuso de poder, numa suspeita de utilização indevida de dinheiros públicos na anterior gestão do PSD. Segundo a PJ, a investigação iniciou-se em 2018 e incidem sobre o período até 2021.
Sobre isso, Hugo Carneiro defendeu que desconhece “muitas coisas que constarão do processo”, mas que a liderança do PSD teve uma “atuação sempre pautada pela defesa do interesse público” e por “transmitir o máximo que fosse possível”, como as contas do partido, os relatórios das auditorias, “tudo público”. Agora, fruto de “denúncias anónimas”, frisou Carneiro, a liderança de Rui Rio está sob investigação.
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