Eurodeputados socialistas defendem que a situação não é semelhante ao que se passa em Portugal e que, por causa da coligação com a extrema-direita, pode não ser benéfico para o PSD fazer a comparação – em Espanha, o PP assume que irá entrar em conversações com o VOX, partido-irmão do Chega, enquanto Luís Montenegro tenta afastar essa ideia. “Não vejo qualquer paralelismo. Temos maioria absoluta e não houve eleições”, diz o eurodeputado socialista Pedro Marques
A crise política espanhola não abala a convicção dos socialistas portugueses de que não há comparação ou contágio possível com a situação portuguesa. O estado dos governos não é o mesmo, nem a forma como são liderados, as eleições mais próximas são as europeias e portanto não têm a mesma leitura. E nem para o principal partido da oposição, o PSD, a comparação é positiva. Isto porque em Espanha, o PP espanhol assume que irá entrar em conversações com o VOX, partido-irmão do Chega, enquanto por cá, Luís Montenegro tenta afastar essa ideia.
A crise política provocada pelas eleições municipais e autonómicas em Espanha não está, por isso, a fazer mossa no PS que atira ao PSD. Pedro Marques, Eurodeputado socialista, acredita até que no PSD há cautelas com a comparação, sobretudo por causa da relação com o Chega. Numa altura em que Luís Montenegro insiste na sua “estratégia política” de dizer que não fará acordos com “partidos racistas e xenófobos”, nunca mencionando o Chega, em Espanha o PP de Alberto Feijóo assume que irá falar com o VOX de Santiago Abascal, o partido irmão do Chega. “Não acho que o Feijóo consiga animar quem quer que seja”, diz Pedro Marques e acrescenta: depois, a “coligação com o VOX, não sei se será uma grande notícia para Montenegro, que passa o tempo a responder sobre uma coligação com a extrema-direita".
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