Não houve "afronta" nem António Costa quer eleições. Depois da jogada arriscada, é tempo de não acossar mais o Presidente da República. “Discordar no estrito poder constitucional de cada um não é ser desleal”, vai-se repetindo em São Bento. PS e Governo gostaram de ver a mostra de liderança de António Costa, mas todos fazem contas ao risco associado à imprevisibilidade de Marcelo e de Galamba
Depois do drama, a desdramatização. António Costa não quer que desacordo com o Presidente seja visto como uma “afronta” e vai deixando claro que não quer forçar eleições. Partido e Governo estão às escuras sobre o que vai o Presidente da República dizer ao país esta noite às 20h, por isso é tempo de engolir a euforia que se espalhou em muitos socialistas com o golpe de asa do primeiro-ministro e retirar pressão sobre Marcelo Rebelo de Sousa. Em São Bento, vai-se repetindo a palavra “lealdade”.
“Não houve nenhuma afronta, houve apenas uma divergência exposta com total lealdade”, ouve o Expresso de fonte próxima do primeiro-ministro, procurando retirar pressão de Belém. Se é a Costa que cabe o poder constitucional de demitir ministros, é a Marcelo que cabe o poder de dissolver a Assembleia da República e, embora esse seja um cenário em que ninguém no Governo acredita, o Presidente tem o poder na mão. Reunido nos últimos dois dias em Braga para um Conselho de Ministros descentralizado, a ordem foi para serenar os ânimos e controlar os danos, ciente dos riscos que Costa correu quando agitou a coabitação.
Reuniões secretas, fugas de informação, algumas contradições e demasiadas demissões. Da TAP ao caso Galamba em menos de 5 minutos Costa vs. Marcelo: “Não há feridas irreparáveis em política”. Como os politólogos veem a nova coabitação Aplausos, libertação e um pesado silêncio em Braga: o "novo dia" de Costa começou cheio de sol, mas não acabou tão bonito E agora, Marcelo? A análise de Ângela Silva à crise política
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