Galamba: "Tenho todas as condições para participar neste Governo"
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, usa da palavra durante uma conferência de imprensa após a polémica com o antigo adjunto do seu gabinete, Frederico Pinheiro (ausente da foto), exonerado na semana passada, 29 de Abril de 2023.
MIGUEL A. LOPES
Ministro das Infraestruturas reiterou em conferência de imprensa que fez todos os esforços para entregar toda a informação à Comissão Parlamentar de Inquérito da TAP e justificou a exoneração do seu adjunto Frederico Pinheiro que acusou de “bárbara agressão” a dois elementos do seu gabinete
O ministro das Infraestruturas garantiu este sábado em conferência de imprensa que tem condições para continuar no Governo apesar da polémica da exoneração do seu adjunto Frederico Pinheiro por causa da documentação enviada à comissão parlamentar de inquérito (CPI) da TAP.
"Tenho todas as condições para participar neste Governo", afirmou João Galamba adiantando, no entanto, que isso depende da “avaliação e vontade do primeiro-ministro”.
Galamba garantiu que fez o que pôde para garantir que toda a informação relevante fosse enviada à CPI da TAP. Para tal houve uma reunião no dia 5 de abril para tentar reunir essa informação e nesse momento não foi referida a existência de notas sobre a reunião havida entre a presidente da TAP em janeiro e o grupo parlamentar do PS. Mas, mais tarde, o seu adjunto fez saber que afinal existiam esses elementos, motivo pelo qual o ministério pediu a prorrogação do prazo de entrega da informação à CPI, que terminava a 24 de abril.
Na reunião de 5 de abril “nenhum dos membros presentes deu indicação de existirem quaisquer elementos documentais, nem sequer de ter havido qualquer combinação de perguntas e respostas no âmbito da comissão de economia, ou qualquer outra, existindo diversas testemunhas que podem corroborar estas afirmações”, disse Galamba.
Frederico Pinheiro demorou mais de 24 de horas a entregar esses elementos, o que é “estranho”, acusa João Galamba. “Mas fizemos tudo para entregar essa informação à CPI e entregámos”.
O ministro diz que “no devido cumprimento das suas obrigações, o ministério enviou à CPI, no dia 26 de abril, todos os elementos solicitados e recolhidos, incluindo as notas disponibilizadas pelo dr. Frederico Pinheiro, sublinhando junto da CPI que eram notas pessoais, uma vez que a sua existência foi apenas revelada dois dias antes do envio à CPI e o seu conteúdo não tinha sido confirmado por nenhum dos presentes na reunião”.
Perante a gravidade dos factos, Galamba decidiu exonerar o adjunto. Foi na sequência dessa exoneração que ocorreram as tentativas de agressão por parte de Frederico Pinheiro a elementos do gabinete de Galamba.
“Posteriormente à exoneração, o ex-adjunto dirigiu -se às instalações do ministério das infraestruturas, onde procurou levar o computador de serviço – o que logrou fazer recorrendo à violência junto da Chefe de Gabinete e de uma assessora que o tentaram impedir. Estes factos foram devidamente denunciados às autoridades competentes pelas agredidas”, acrescentou, dizendo que se tratou de de uma “bárbara agressão”. Factos que foram comunicados à PSP no que respeita às agressões e à Judiciária e ao Serviço de Informações de Segurança (SIS) no caso do computador.
Referindo que o computador de Frederico Pinheiro está na posse da Polícia Judiciária, explicou que se trata de equipamento do Estado com dados que não podem ser usados livremente. “Reportámos ao SIS e à Polícia Judiciária pois são as entidades que tratam da proteção de dados e cibersegurança”, justificou.
“O Ministério das Infraestruturas enviou à CPI todos os elementos solicitados, incluindo as notas relativas àquela reunião”, afirmou João Galamba. “As acusações de tentar condicionar ou omitir a informação à CPI são falsas e contraditórias”, garantiu.
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