30 abril 2023 11:23

Mariana Mortágua no desfile do 25 de Abril pela Avenida da Liberdade
josé fernandes
Candidata à liderança do Bloco de Esquerda, Mortágua assumiu ser lésbica. Necessidade, jogada política ou reflexo de uma sociedade mais bisbilhoteira?
30 abril 2023 11:23
“Sei que este tipo pressão e perseguição política vão continuar e até subir de tom. Seja porque sou mulher, seja porque sou de esquerda, seja porque sou uma mulher lésbica, seja porque sou filha de um resistente antifascista”, assim, no começo do “Linhas Vermelhas”, programa onde às segundas-feiras debate a atualidade política com Cecília Meireles, Mariana Mortágua revelou a orientação sexual. Não foi a primeira vez que um político o fez e agora entre a classe política pouco ou nada se ouviu. Pelo partido a que pertence e a cuja liderança concorre ou pela orientação sexual ter deixado de ser assunto entre políticos? “Para o grupo de que faz parte a evocação desse ponto não é ferrete, antes um ponto aglutinador, mobilizador. É uma das causas do BE”, diz ao Expresso José Adelino Maltez, politólogo.
“Já não é tabu na política portuguesa onde vários políticos, de diferentes quadrantes, se assumiram. O mais revelador é que no caso das caras mais conhecidas à direita, como Adolfo Mesquita Nunes e Paulo Rangel, só acontecem em reação a campanhas nas redes sociais”, analisa Bruno Costa, professor de Ciência Política na Universidade da Beira Interior, autor do estudo “Entre a igualdade e o direito à diferença. A politização dos conceitos na luta contra a discriminação face à orientação sexual”, de 2021. Mas então, o que leva líderes políticos a levantar o véu sobre a sua orientação sexual?