Política

Ventura reage a descolagem de Montenegro: terá que "redefinir trabalhos", mas propõe-se ultrapassar PSD até 2024

Líder do Chega, André Ventura
Líder do Chega, André Ventura
RODRIGO ANTUNES/LUSA

Presidente do Chega reconhece que o “não” de Montenegro a um acordo com o Chega o obriga “a redefinir trabalhos”, mas propõe-se ultrapassar o PSD até 2024. Ventura acusa Montenegro de ter assumido que “não quer ser alternativa ao PS”

André Ventura foi rápido a reagir à descolagem de Luis Montenegro relativamente ao Chega e, num video enviado às redações, ameaça ultrapassar o PSD nas sondagens "até ao final do ano ou início do primeiro trimestre" de 2024. Reconhece, no entanto, que o “não” de Montenegro obrigará o Chega a "redefinir os trabalhos do partido nos próximos meses".

"Não percebemos se se está a referir ou não diretamente ao Chega, mas tudo indica que era uma mensagem clara para nós, para o nosso partido e para os nossos militantes", afirma o líder do partido de direita com quem o presidente do PSD rejeitou, na sexta-feira à noite, numa entrevista à CNN, fazer qualquer acordo de Governo.

Montenegro foi mais longe: rejeitou ter o apoio de "políticas ou políticos racistas ou xenófobos, oportunistas ou populistas". E André Ventura acusa-o de ter assumido que "não quer ser alternativa" ao PS, propondo-se lutar para que passe a ser o Chega a liderar a oposição ao Governo.

Na entrevista à CNN, o líder do PSD desafiou o PS a dizer o que fará "se algum dos dois maiores partidos não tiver maioria absoluta", esclarecendo se está disponível a viabilizar um executivo minoritário do PSD ou se quer tentar uma reedição da 'geringonça'. O que irritou particularmente André Ventura.

"As palavras de Luís Montenegro são de uma tremenda irresponsabilidade, indicam ao país que o PSD preferirá e estará disponível para ter o apoio do PS e não para uma mudança de direção no caminho do país, que implicaria certamente o Chega", lamenta Ventura.

Reconhecendo que a partir de agora o seu partido “apenas pode e vai contar consigo próprio”, propõe-se “lutar para ultrapassar e liderar a oposição”. "Nos próximos seis meses nós certamente nos aproximaremos do PSD e ultrapassaremos nas sondagens as intenções de voto do PSD e aí estaremos prontos para liderar a oposição à direita em Portugal", começa por dizer.

Mais: acaba por alargar o horizonte temporal para o primeiro trimestre de 2024, reconhecendo que os novos desafios que o PSD lhe coloca o obrigarão “a redefinir” a agenda.

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