
Comissão de Inquérito à TAP tem colocado funcionamento do Governo em questão. Mote no Governo é “circunscrever” más práticas ao Ministério de Pedro Nuno Santos. Procedimentos e formas de decisão podem ter de ser revistos
Comissão de Inquérito à TAP tem colocado funcionamento do Governo em questão. Mote no Governo é “circunscrever” más práticas ao Ministério de Pedro Nuno Santos. Procedimentos e formas de decisão podem ter de ser revistos
Jornalista
Marcelo Rebelo de Sousa foi premonitório no primeiro discurso do ano: “Só o Governo e a sua maioria podem enfraquecer ou esvaziar” a estabilidade política, “ou por erros de orgânica, ou por descoordenação, ou por fragmentação interna, ou por inação, ou por falta de transparência, ou por descolagem da realidade”. Os pecados capitais da nova maioria estavam identificados e, depois de alguns já terem sido cometidos e apontados pelo Presidente, o perigo da “fragmentação interna” é o que parece agora espreitar a maioria absoluta, à medida que avança a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP.
As audições que já decorrem (ver “Novo CEO entra com mais um gestor de saída” aqui) têm deixado o Governo não só debaixo de fogo como, sobretudo, a apontar armas para dentro, na tentativa de cada um salvar a sua própria pele. “A Comissão de Inquérito está a servir muito mais para discutir o futuro do PS e da governabilidade do que o verdadeiro objetivo da CPI”, diz um dirigente socialista, expectante em relação ao decorrer dos trabalhos, que devem prolongar-se até meados de julho. Ao que o Expresso apurou, o presidente da comissão, o socialista Jorge Seguro Sanches, chegou a tentar agendar audições também para as sextas e segundas-feiras, sem sucesso, com o objetivo de encurtar a grelha de tempos e acelerar os trabalhos. Certo é que o arrastar dos trabalhos prejudica a imagem da companhia aérea e deixa o Governo a queimar em lume brando.
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