O presidente do Conselho Económico e Social (CES) diz que “é uma evidência que este ano as coisas não correram nada bem” para o Governo, aliás, “até correram francamente mal”. Ainda assim, e apesar do desgaste do Executivo de António Costa e das polémicas em torno da TAP, Francisco Assis espera que não haja “eleições nenhumas no próximo ano”.
Em entrevista à SIC Notícias na noite desta quinta-feira, Francisco Assis, ex-deputado do PS, não se alongou sobre o estado atual do Governo ou sobre a eventual alternativa dada pela oposição, mas lembrou que o país está a atravessar um período complicado e “não parece que haja vontade nenhuma de ninguém” de realizar eleições antecipadas, dissolvendo o Parlamento.
“Temos uma crise internacional grave, uma crise política gravíssima como já não havia há muitos anos, uma guerra no continente europeu, uma crise económica significativa, e inflação”, enumerou o presidente do CES. Francisco Assis rejeitou fazer “comentários simplistas que acrescentam pouco” ao debate público, dizendo apenas que a melhor garantia que um chefe de Governo pode dar é governar de forma a suscitar a confiança da maioria da população portuguesa.
Já “a função do líder da oposição é constituir-se como uma alternativa credível e viável”, sendo que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deve ter uma função de moderação, de acordo com as competências que lhe estão atribuídas no âmbito da Constituição. Escapando a várias perguntas, o presidente do CES criticou o “excesso de comentários laterais” que afastam o país das verdadeiras questões que estão por resolver.
Neste sentido, Francisco Assis esclareceu que o que mais o preocupa são as “questões de âmbito económico e social”. “Temos de facto problemas sérios à nossa frente que têm de ser enfrentados não apenas pelo Governo, mas pelas oposições e pela generalidade da sociedade portuguesa”, afirmou ainda na entrevista à SIC Notícias.
O político e professor universitário aproveitou para destacar uma questão que deixa o Conselho Económico e Social “inquieto”: a economia portuguesa enfrenta “um problema sério”. “Há uma previsão de que no período entre 2019 e 2024 a economia portuguesa terá um crescimento agregado de 6,1%. Estamos em 18.º lugar entre os 27 países da União Europeia” e a “divergir em relação à maioria dos países europeus”, lamentou.
Por último, questionado sobre uma eventual candidatura à liderança do Partido Socialista, num cenário de eleições antecipadas, no próximo ano, Francisco Assis respondeu: “Não estava a pensar nisso”. “Estou neste momento absolutamente comprometido com a minha função”, rematou.
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