PAN vai propor grupo de trabalho parlamentar sobre abusos sexuais na Igreja

A deputada única diz que o trabalho da Comissão Independente deve ter sequência "não se pode deixar cair no esquecimento" o tema dos abusos sexuais na Igreja
A deputada única diz que o trabalho da Comissão Independente deve ter sequência "não se pode deixar cair no esquecimento" o tema dos abusos sexuais na Igreja
O PAN anunciou esta segunda-feira que vai propor a criação de um grupo de trabalho sobre os abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal, defendendo que o trabalho da Comissão Independente tem de ter sequência.
Numa série de publicações na rede social Twitter, a porta-voz do PAN e deputada única Inês Sousa Real agradeceu à Comissão Independente o trabalho desenvolvido e apelou a que "a Igreja, a sociedade e o Estado não deixem cair este tema no esquecimento" e que "não haja tolerância com os abusadores".
"As conclusões do relatório da Comissão Independente foram hoje conhecidas, tendo identificado perto de 5 mil vítimas de abuso abusos de sexual na Igreja em Portugal e identificam a necessidade de se aumentar os prazos de prescrição destes crimes", salientou.
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica revelou hoje que recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022 e enviou para o Ministério Público 25 casos de entre os 512 testemunhos validados recebidos ao longo do ano, anunciou o coordenador Pedro Strecht.
"A Igreja não pode continuar a ocultar este tipo de crimes e a proteger abusadores. É fundamental que tornem consequentes as recomendações feitas", defendeu a deputada.
Inês Sousa Real sublinhou que o partido já apresentou no Parlamento uma iniciativa que visa alterar os prazos de prescrição dos crimes de abuso sexual, "uma matéria que na legislatura passada foi rejeitada pela maioria PS/PSD".
"Vamos ainda propor a criação de um Grupo de Trabalho na Assembleia da República neste âmbito", escreveu ainda a deputada do PAN.
Hoje será conhecida a primeira reação da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, e para 03 de março foi já convocada uma assembleia plenária extraordinária da CEP para analisar o relatório.
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