Política

IL diz que danos dos abusos na Igreja são irreparáveis, mas pede compensação e prevenção

IL diz que danos dos abusos na Igreja são irreparáveis, mas pede compensação e prevenção
NUNO BOTELHO

Segundo o líder da IL, “os danos são irreparáveis, mas é fundamental garantir a compensação possível e assegurar que estas situações são prevenidas, identificadas e condenadas sempre que não for possível impedi-las, aconteçam onde acontecerem, seja em que instituição for”

O presidente da IL, Rui Rocha, classificou esta segunda-feira os abusos sexuais na Igreja Católica como "um gravíssimo atentado à liberdade" individual, considerando que, apesar dos danos irreparáveis, é fundamental “garantir a compensação possível” e a prevenção.

“Os abusos hoje revelados constituem um gravíssimo atentado à liberdade e à integridade física e psicológica. O esforço sério de documentação de milhares de situações não apaga décadas de encobrimento que constituíram uma segunda provação para as vítimas”, condenou Rui Rocha numa reação através da rede social Twitter sobre o relatório hoje apresentado da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.

Segundo o líder da IL, “os danos são irreparáveis, mas é fundamental garantir a compensação possível e assegurar que estas situações são prevenidas, identificadas e condenadas sempre que não for possível impedi-las, aconteçam onde acontecerem, seja em que instituição for”.

“Não há espaço para o abuso e para a violência numa sociedade justa e democrática. É sempre intolerável, mas é particularmente infame quando se exerce a partir de uma posição de poder sobre vítimas indefesas”, criticou.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica recebeu 512 testemunhos validados relativos a 4.815 vítimas desde que iniciou funções em janeiro de 2022, anunciou hoje o coordenador Pedro Strecht.

Os casos de abusos sexuais revelados ao longo de 2022 abalaram a Igreja e a própria sociedade portuguesa, à imagem do que tinha ocorrido com iniciativas similares em outros países, com alegados casos de encobrimento pela hierarquia religiosa a motivarem pedidos de desculpa, num ano em que a Igreja se vê agora envolvida também em controvérsia, com a organização da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa

Esta comissão enviou para o Ministério Público 25 casos de entre os 512 testemunhos validados recebidos ao longo do ano, anunciou hoje o coordenador Pedro Strecht.


Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate