Política

"A situação que vivemos convida à simplicidade": Marcelo pede uma Jornada Mundial da Juventude mais à imagem do Papa Francisco

Marcelo Rebelo de Sousa
Marcelo Rebelo de Sousa
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

À margem da iniciativa Músicos em Belém e com os seus consultores a receber sindicatos de professores, Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas. Sobre as greves, sobre as declarações de Montenegro, mas também sobre os custos da Jornada Mundial da Juventude

Depois de terem sido conhecidos os custos do altar que receberá o Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Marcelo Rebelo de Sousa também tem falado do tema quase todos os dias e voltou esta quinta-feira ao assunto para defender uma Jornada Mundial da Juventude mais “simples e pobre” à imagem do pensamento do Papa Francisco .

Lembrando que nesta altura “o apuramento global do custo ainda não foi apresentado aos portugueses”, o Presidente diz-se confiante que tudo será esclarecido. “Não sei se são 35 ou 36 milhões previstos no Orçamento do Estado e aprovados na Assembleia da República. Penso que chegará uma altura em que será explicado, efetivamente, como será o conjunto de despesas que correm pela Igreja Católica, outra parte pelas autarquias, Lisboa e Loures e outras autarquias se o Papa lá for, e o que compete ao Estado", disse à margem de mais uma iniciativa “Músicos em Belém”, no Picadeiro Real, em Lisboa. “Percebendo a importância que [a JMJ] tem como projeção do país, os portugueses esperam que nos pormenores se corresponda ao que é o pensamento do Papa, que se caracteriza por defender uma versão simples, pobre, não triunfalista. É um exemplo de uma forma e de pensar que, mesmo que não estivéssemos em guerra e na situação social que vivemos, convida à simplicidade”, concluiu.

Nestas declarações aos jornalistas, o Presidente também falou dos outros assuntos de atualidade, a começar nas greves dos professores. Justificou que os sindicatos dos professores que esta quinta-feira estão a ser recebidos pelos consultores do Presidente para “ter uma ideia geral das convergências e das divergências dos pontos fundamentais” e posteriormente ir conhecer “a posição do Governo e do senhor ministro da educação para perceber se há, como eu espero, esperança de aproximação de pontos de vista ou se é mais difícil essa aproximação por razões políticas, administrativas ou financeiras”. Sendo claro na defesa que nesta altura “o diálogo deve manter-se permanentemente entre o governo e os sindicatos”, Marcelo Rebelo de Sousa considera que “intrometer-se nesse diálogo seria um erro, desnecessário e contraproducente.” Se mais tarde pondera adotar uma postura de mediador? Marcelo lembrou os limites constitucionais dos seus poderes, mas lá foi avançando que “os portugueses começam a ficar preocupados”.

O braço de ferro entre professores e governo está longe de ser o único tema na agenda mediática. Esta quarta-feira à noite, no Conselho Nacional do PSD, Montenegro disse estar preparado para assumir a liderança do governo, deixou a responsabilidade da governação com António Costa, mas ao mesmo tempo colocou a possibilidade de ir a Belém pedir eleições antecipadas. Recusando comentar "questões partidárias", Marcelo comentou: "A perspetiva de bom senso é que o governo deve governar e fazer as alterações que resultem da sua observação do que se passa na sociedade portuguesa. Nenhuma das oposições defende a dissolução do parlamento, o que é sensato. Estamos num período muito crítico lá fora e seria uma paragem do país num momento crucial para a utilização dos fundos e para a economia portuguesa.” Mas Marcelo disse mais. “A sociedade portuguesa sente que a exigência é maior, para governo e oposição. O governo deve governar melhor e a oposição ser mais assertiva, mais afirmativa, a exigir mais e a colocar mais questões. O governo sente que a maioria absoluta não é um escudo ilimitado, tem de responder às exigências.

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