António Costa ainda não sabia que, depois das despedidas de quarta-feira, o dia terminaria com mais uma demissão no Governo, desta vez de Carla Alves, que nem aqueceu a cadeira de secretária de Estado da Agricultura. Mas sabia que o tema da “instabilidade” provocada pelos casos no Governo era inevitável, ponto-chave da moção de censura apresentada pela Iniciativa Liberal (IL), que foi chumbada esta tarde no Parlamento. E se há uma semana era Alexandra Reis o principal alvo, agora foi Carla Alves o nome no olho do furacão (André Ventura até as confundiu).
Costa ainda não sabia que Marcelo ia apontar a porta de saída à secretária de Estado e, por isso, defendeu-a primeiro, atacou quem pediu a demissão (sobretudo o Bloco, sempre na mira do primeiro-ministro) e ainda aproveitou o caso para deixar uma promessa, implicando o Presidente: anunciou que pretende falar com o Presidente para criar um mecanismo de avaliação prévia dos nomes indicados para o Governo.
No calor do debate, o primeiro-ministro ainda deixou uma frase arriscada: “Se eu próprio ferir a ética republicana demito-me.”
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