Política

Costa pede mais tempo para responder às perguntas do PSD sobre alegada intromissão do Governo na banca

Costa pede mais tempo para responder às perguntas do PSD sobre alegada intromissão do Governo na banca
RODRIGO ANTUNES/LUSA

No último dia do prazo regimental para responder, o primeiro-ministro disse “estar ainda em curso a recolha de informação” sobre as acusações de uma eventual intromissão do Governo no Banco de Portugal e no Banif. A resposta às 12 perguntas do PSD “reveste-se de alguma complexidade por reportar a acontecimentos ocorridos há mais de 6 anos”, justificou

Costa pede mais tempo para responder às perguntas do PSD sobre alegada intromissão do Governo na banca

Hélder Gomes

Jornalista

E ao último dia António Costa pediu mais tempo. O primeiro-ministro solicitou o prolongamento do prazo para responder às perguntas do PSD sobre uma eventual intromissão política do Governo no Banco de Portugal e no Banif. Com data de 23 de dezembro, o último dia do prazo regimental para responder, foi enviado um ofício, a que o Expresso teve acesso, do gabinete da ministra dos Assuntos Parlamentares para o gabinete do presidente da Assembleia da República.

“Encarrega-me a Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares de solicitar, conforme informação proveniente do Gabinete do Senhor Primeiro-Ministro, a prorrogação do prazo de resposta da Pergunta n.o 900/XV/1.a, de 23 de novembro de 2022, apresentada pelo Grupo Parlamentar do PSD”, lê-se no documento de apenas um parágrafo. O adiamento é justificado por “estar ainda em curso a recolha de informação para resposta à mesma, que se reveste de alguma complexidade por reportar a acontecimentos ocorridos há mais de 6 anos”.

Na sequência de declarações de Carlos Costa, ex-governador do Banco de Portugal, o grupo parlamentar do PSD endereçou, a 23 de novembro, 12 perguntas ao primeiro-ministro sobre a resolução do Banif e o afastamento da empresária angolana Isabel dos Santos do BIC.

Na semana passada, no jantar de Natal do seu grupo parlamentar, o presidente do PSD lembrou a resposta às perguntas que “há um mês o primeiro-ministro não dá ao país”. “Eu quero perguntar-lhe porquê. Está na hora de responder”, desafiou Luís Montenegro, acrescentado ser este o “padrão” do Governo, que disse ter laivos de “arrogância” e “soberba” e uma “pose majestática, imperial de quem tem a maioria”.

As acusações de Carlos Costa foram reveladas no livro “O Governador”, de Luís Rosa, jornalista do “Observador”. O antigo governador do Banco de Portugal refere um telefonema de António Costa, a 12 de abril de 2016, em que o primeiro-ministro lhe terá dito que “não se pode tratar mal a filha do Presidente de um país amigo de Portugal”. O então governador entendeu a alegada chamada como um pedido para que o Banco de Portugal não afastasse Isabel dos Santos, filha do então Presidente de Angola José Eduardo dos Santos, da administração do BIC. A acusação foi imediatamente contestada por António Costa, que anunciou um processo judicial contra Carlos Costa por afirmações “falsas e ofensivas”.

Relativamente ao Banif, o PSD perguntou pelo “intuito e objetivos” da carta enviada pelo Governo ao Banco Central Europeu e à Comissão Europeia, “à revelia do banco central [Banco de Portugal] e do Banif”. Os deputados sociais-democratas querem também saber qual a relação da carta com uma notícia do dia anterior da TVI que falava da resolução do banco.

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