O PS e o PSD não se vão opor à ida de Marcelo Rebelo de Sousa ao Catar a propósito do Mundial de futebol, sabe o Expresso. Depois de ter dito que “o Catar não respeita os direitos humanos (…) mas, enfim, esqueçamos isto”, Marcelo Rebelo de Sousa esta sexta-feira tentou pôr fim à polémica suscitada por essas declarações, dizendo que pretende ir ao Catar defender os direitos humanos e lembrando que, como sempre, a sua saída do país, depende da Assembleia da República.
O pedido do PR já chegou ao Parlamento, mas o Presidente da Assembleia da República ainda não contactou os grupos parlamentares. Ao que o Expresso apurou, nem o PS nem o PSD se preparam para obstaculizar. “Não há registo de alguma vez isso ter acontecido”, diz fonte do grupo parlamentar socialista, lembrando que os pedidos de deslocação oficial do Presidente da República ao Parlamento estão inseridos no modelo de “boa cooperação entre os órgãos de soberania”, e o Presidente só pede para ir “onde quer ir”.
Assim, tanto PS como PSD deverão seguir a tradição constitucional e dar luz verde ao pedido de Marcelo para se deslocar ao Catar já na próxima quinta-feira, para assistir ao primeiro jogo da seleção nacional.
Marcelo vai ao primeiro jogo de Portugal, no dia 24, Augusto Santos Silva vai ao segundo e António Costa ao terceiro. As viagens do presidente do Parlamento e do primeiro-ministro não têm de ser aprovadas pelo Parlamento, ao contrário do que acontece com as saídas do chefe de Estado, mas o Bloco de Esquerda já apresentou um projeto de resolução que vai obrigar os deputados a discutirem a ida dos representantes institucionais portugueses ao Catar.. Nessa resolução defendem que nem o Parlamento, nem o Governo se devem fazer representar no Campeonato do Mundo.
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