Política

Bloco chama Ministro da Administração Interna ao Parlamento

O ministro da Administração Interna vai participar na reunião de dia 5 em Bruxelas
O ministro da Administração Interna vai participar na reunião de dia 5 em Bruxelas
JOSÉ SENA GOULÃO/Lusa

Após serem conhecidos, esta quarta-feira, dados que acusam 591 polícias de praticarem crimes de ódio nas redes sociais, Bloco de Esquerda requer “audição urgente” de José Luís Carneiro. PCP considera “gravíssimos” os dados divulgados pelo Consórcio de Jornalistas de Investigação portugueses.

O Bloco de Esquerda quer ouvir com urgência o ministro da Administração Interna sobre eventuais crimes de ódio praticados por agentes da PSP e GNR. Na origem deste pedido está "Quando o ódio veste farda", a investigação do Consórcio de Jornalistas de Investigação portugueses, de que fazem parte a SIC e o Expresso, e que divulgou, esta quarta-feira, dados que revelam a prática de crimes de ódio nas redes sociais por 591 operacionais da GNR e da PSP.

Num requerimento dirigido a Fernando Negrão, presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, o partido liderado por Catarina Martins comunica que as notícias "a confirmarem-se" assumem uma "enorme gravidade" e uma "grosseira e flagrante violação da lei, da Constituição e uma afronta ao Estado de Direito". Também o PCP divulgou, esta quinta-feira, uma nota onde considera “gravíssimos” os dados presentes na investigação jornalística que inclui “centenas de elementos da PSP e da GNR que expressam o ódio racista e xenófobo”, mas também “ameaças sobre instituições e pessoas em concreto”.

No requerimento assinado por Pedro Filipe Soares, líder parlamentar, o Bloco declara “absolutamente intolerável” qualquer “comportamento ilícito” por parte de elementos das forças de segurança “sob pena de colocar em causa a confiança e a credibilidade de uma instituição basilar do Estado”. Já o PCP faz questão de mencionar que “não confunde todos os polícias com esses que só mancham a farda que envergam” e lembra que os dados conseguidos pela reportagem também são graças a “polícias que, não se revendo em tais conceções, colaboraram nessa investigação”.

Perante o pedido de inquérito de José Luís Carneiro à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) para “apuramento da veracidade” dos dados contidos na reportagem, poucas horas depois da sua divulgação, o PCP considera que “outra coisa não se esperaria” e destaca que o “fundamental” é que o processo “seja célere”. A par do resultado do inquérito conduzido pelo IGAI, o partido agora liderado por Paulo Raimundo realça a importância de serem adotadas medidas no “plano da seleção, formação e enquadramento operacional que previnam o desenvolvimento de tais conceções dentro de Instituições que têm por missão a defesa da legalidade democrática em respeito pelos valores e princípios constitucionais”.

O primeiro trabalho colaborativo do Consórcio de Jornalistas de Investigação portugueses, que junta jornalistas da SIC, Expresso, Público e Visão, divulgado esta quarta-feira, divulga uma base de dados com mais de três mil publicações de militares da GNR e agentes da PSP que expõe crimes de ódio que violam a lei e os regulamentos internos das respetivas forças de segurança.

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