Política

Projeto de revisão constitucional do PSD aprovado em Conselho Nacional com duas abstenções

Projeto de revisão constitucional do PSD aprovado em Conselho Nacional com duas abstenções
MIGUEL PEREIRA DA SILVA/Lusa

Na sua intervenção inicial, Luís Montenegro não destacou as duas mudanças que o Presidente da República considerou essenciais, mas os metadados e o estado de emergência por razões de saúde pública são duas das 40 propostas do partido

O projeto de revisão constitucional do PSD foi discutido e aprovado na noite desta quinta-feira em Conselho Nacional extraordinário, tendo havido duas abstenções. Todas as 40 propostas foram discutidas e votadas, apesar de os Estatutos do partido não o exigirem, nem a realização de um Conselho Nacional, para este efeito, conforme adiantou um dirigente social-democrata.

Cerca de duas horas antes, numa intervenção aberta à comunicação social, Luís Montenegro não se referiu às duas mudanças que o Presidente da República considerou essenciais num processo de revisão constitucional. Mas permitir o acesso a metadados para investigações judiciais e fixar a possibilidade de decretar o estado de emergência por razões de saúde pública constam do projeto do partido.

Num documento de oito páginas distribuído à comunicação social, pode ler-se que o PSD pretende “permitir o acesso pelos serviços de segurança às informações agregadas de contexto (metadados) das comunicações, mediante decisão e com controlo judiciais”. Quanto a medidas a adotar em contextos como o de uma nova pandemia, destacam-se “a consagração da possibilidade de estado de emergência especificamente por razões de saúde pública” e “a possibilidade de confinamento ou internamento de pessoa infetada com grave doença contagiosa, se necessária por razões de saúde pública, em condições a determinar por lei, necessariamente incluindo a confirmação por autoridade judicial”.

O projeto social-democrata pretende ainda que o mandato do Presidente da República passe a ser um único e com a duração de sete anos, em vez dos atuais dois mandatos de cinco anos cada. Ao chefe de Estado, na proposta do PSD, caberá a nomeação do procurador-geral da República, do presidente do Tribunal de Contas e do governador do Banco de Portugal, enquanto o Governo deve ser retirado do processo. Montenegro falou ainda numa “norma-travão”, para levar os nomeados a audição parlamentar, podendo estes ser rejeitados por voto expresso de dois terços dos deputados.

Ainda no ecossistema parlamentar, propõe-se reduzir o número de deputados para um máximo de 215 e um mínimo de 181, além de encurtar de seis para três meses o período em que está vedado o poder de dissolução do Parlamento pelo Presidente da República. No plano eleitoral, Montenegro apresentou a possibilidade de voto eletrónico em eleições e referendos como “uma das mais importantes reformas que o sistema eleitoral pode operar”. Reconhecendo não ter sido unânime, o líder social-democrata destacou igualmente a proposta de reduzir a idade legal mínima para votar dos 18 para os 16 anos.

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