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Tribunal Constitucional chumba estatutos e obriga Chega a tirar poder a Ventura

TC aponta “uma significativa concentração de poderes na figura do presidente do partido”
TC aponta “uma significativa concentração de poderes na figura do presidente do partido”
Ana Brigída

Juízes mudam paradigma e chumbam estatutos do Chega: “Significativa concentração de poderes” em André Ventura, “problemas de transparência” e “restrição à livre expressão”

Tribunal Constitucional chumba estatutos e obriga Chega a tirar poder a Ventura

Eunice Lourenço

Editora de Política

Tribunal Constitucional chumba estatutos e obriga Chega a tirar poder a Ventura

Hélder Gomes

Jornalista

O Tribunal Constitucional (TC) chumbou os Estatutos do Chega, aprovados em novembro do ano passado no Congresso de Viseu, o que obrigará o partido a voltar a reunir-se para aprovar novas regras internas que retirem poder a André Ventura. No acórdão, enviado esta quinta-feira ao Chega e ao qual o Expresso teve acesso, os juízes condenam o que consideram ser a “significativa concentração de poderes” no líder e inviabilizam a punição de militantes por “insubordinação”.

As “transformações operadas” nos estatutos levantam “várias preocupações”, sinaliza o coletivo de juízes, numa decisão que representa uma mudança de paradigma da forma como o TC se posiciona sobre as questões de vida interna dos partidos, adotando uma atitude mais vigilante e interventiva. “Desde logo”, destaca-se “um aumento notável da complexidade da organização interna, o que põe problemas de articulação e transparência”. O TC aponta igualmente “uma significativa concentração de poderes na figura do presidente do partido”, André Ventura, que passaria “a designar um importante conjunto de órgãos internos” e “a deter um vastíssimo leque de competên­cias”. Os estatutos preveem que, “em casos excecionais de insubordinação”, a direção nacional do partido ou o seu presidente poderiam propor ao Conselho Nacional “a suspensão ou cessação imediata de funções de qualquer órgão nacio­nal ou algum dos seus membros”. Esta disposição representa “um sério obstáculo à democraticidade interna do partido, não podendo, por isso, admitir-se o registo dos estatutos, em face do seu teor”.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

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