Marcelo emenda a mão: "Peço desculpa"

Demorou dois dias mas reconheceu a necessidade de pedir desculpa às vítimas de abusos na Igreja que “porventura” se tenham sentido ofendidas". Ao país deixou um aviso: “Vou continuar, sem mudar uma linha”
Demorou dois dias mas reconheceu a necessidade de pedir desculpa às vítimas de abusos na Igreja que “porventura” se tenham sentido ofendidas". Ao país deixou um aviso: “Vou continuar, sem mudar uma linha”
Demorou dois dias, mas chegou, o pedido de desculpas do Presidente da República às vítimas de abusos no seio da Igreja. Esta quinta-feira, à saída da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa reafirmou que quando disse que 400 casos de abusos de menores “não é um número muito elevado” nunca teve a intenção de ofender as vítimas. Mas reconheceu que “se uma vítima que seja está ofendida” cabe-lhe a ele pedir desculpa.
“A minha intenção nunca foi ofender as vítimas, mas se porventura uma vítima que seja está ofendida, peço desculpa por isso porque não era esse o meu objetivo”, afirmou Marcelo, reafirmando que, “era o contrário, o temor de que muitos, por medo, não tivessem falado no número que devia ser ainda mais alto”.
Grato pelas “centenas de mensagens" que diz ter recebido nos últimos dois dias “de portugueses dizendo o óbvio” - "que me conhecem há anos e sabem das minhas causas sociais e do meu carácter, que é o que é e não muda aos 72 anos” -, Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda uma palavra “à comunicação social e aos que no mundo político formularam os seus juízos”, para dizer essencialmente duas coisas: em democracia a crítica é bem vinda e os que querem que ele mude, desenganem-se.
“Em democracia é fundamental o papel da comunicação social e da democracia faz parte o espírito crítico, a abertura …”, afirmou o Presidente, que quis “garantir aos portugueses” que “o Presidente cá está, vai continuar o seu caminho exatamente como sempre foi e sem mudar uma vírgula na determinação”.
À pergunta sobre o que achou do apoio que recebeu do primeiro-ministro, Marcelo já não respondeu. “Está dito. Está dito”. Uma rara tentativa de contenção em direto.
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