13 outubro 2022 23:11

Em 2017, o católico Marcelo esteve com o ateu António Costa em Fátima. Seis anos depois, foi Costa a salvar Marcelo da colagem à Igreja
luís barra
Belém reconhece “frase obviamente infeliz” e Marcelo acaba a pedir desculpa, mas tenta virar a página: “O país conhece-me”, “não me deixarei condicionar”
13 outubro 2022 23:11
Apanhado debaixo do fogo mais cerrado da sua carreira presidencial e consciente de ter pronunciado a frase mais infeliz destes seis anos (que ecoou no Palácio de Belém como um rombo de consequências imprevisíveis), o Presidente da República refugiou-se na sua predileta zona de conforto.
Quarta-feira à noite, após oito horas a ouvir os partidos, com os quais só queria falar do Orçamento do Estado (OE), mas com quem foi obrigado a abordar o abalo provocado pelo que dissera na véspera sobre abusos de menores na Igreja Católica — “400 casos não é um número muito elevado” —, Marcelo Rebelo de Sousa foi jantar à Portugália, junto ao Tejo, e depois comer um gelado ao Santini, em Cascais. Ansioso por testar o povo, enquanto aguarda pelas primeiras sondagens que lhe permitirão aferir dos estragos na sua popularidade, consta que Marcelo dormiu mais tranquilo. Embora a amostra tenha sido pequena, o povo sondado ter-se-á mantido afetuoso. E o Presidente tenta virar a página com duas prioridades na cabeça: não perder a proximidade às pessoas e não perder a iniciativa política.