Líder do PSD lamenta “muito” que já se esteja a falar de encerramentos no SNS
NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA
Luís Montenegro reagiu assim às declarações do ministro da Saúde, que afirmou que uma “eventual” decisão sobre o encerramento de urgências de ginecologia e blocos de partos só será tomada, “tranquilamente, no início do próximo ano”
Luís Montenegro lamenta “muito” que já se comece a falar no “encerramento de serviços de urgência ou serviços de especialidade” no Serviço Nacional de Saúde (SNS), “quase como primeiro ato” do novo ministro. O presidente do PSD reagiu assim esta quinta-feira às declarações do ministro da Saúde que, em entrevista à RTP3, afirmou que uma “eventual” decisão sobre o encerramento de urgências de ginecologia e blocos de partos apenas será tomada, “tranquilamente, no início do próximo ano”. Manuel Pizarro assegurou ainda que nenhum serviço será fechado nos próximos meses e que “a decisão do encerramento de maternidades, por exemplo”, vai ser da direção executiva do SNS.
À margem de uma visita à Adega Júlio Tassara de Bastos – Dona Maria Vinhos, em Estremoz, o líder social-democrata lamentou que o novo ministro venha, “quase como primeiro ato”, dizer que “está a pensar encerrar serviços” e “endossar responsabilidades para a direção executiva do SNS”. “Para quem [como o PS] andou tantos anos a lançar sobre outras governações e outros partidos o estigma do encerramento, de facto, é um bocadinho notável”, ironizou.
Para Montenegro, esta situação traduz o que já antevira: “Vamos ter um ministro e um ministro sombra, os dois a trabalhar em conjunto e a endossar-se mutuamente responsabilidades.” “O PS falhou e há que assumir isso. E, a partir daí, eles ainda têm quatro anos para poderem desenvolver políticas diferentes para obter resultados diferentes”, acrescentou.
Só que há um problema, apontou. “Quando este ministro da Saúde foi empossado, quando se criou o estatuto do SNS e a sua direção executiva, o primeiro-ministro matou à partida qualquer boa expectativa sobre estas alterações porque disse que mudavam os protagonistas mas a política continuava a mesma. Ora, se a política vai continuar a mesma, os resultados vão continuar a ser os mesmos, vai ser a incapacidade de responder às necessidades e, por isso, já estamos a falar de encerramentos”, rematou.
O Expresso já tinha avançado que o grupo de peritos propôs ao Governo o fecho do atendimento SOS em dois hospitais da Grande Lisboa e dois na área geográfica da Administração Regional do Centro.
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