A ministra da Defesa, Helena Carreiras, confirmou esta terça-feira à comissão parlamentar de Defesa, numa reunião à porta fechada, que foram extraídos documentos classificados da NATO do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), na sequência de um ciberataque, mas garantiu que “não foram detetados” documentos secretos da Aliança Atlântica na ‘darkweb’ tal como foi noticiado.
Ao que o Expresso apurou junto de várias fontes parlamentares, apesar da ministra não ter dado quase nenhuma informação sobre o ciberataque nesta audiência solicitada pelo PSD, Helena Carreiras garantiu que não foi informada sobre a alegada venda de documentos secretos da NATO na chamada ‘darkweb’. Também admitiu que houve uma intrusão na rede administrativa do Ministério, que não coincide com a rede de segurança onde não é suposto circularem os documentos mais sensíveis.
O PSD, que solicitou uma audiência potestativa da ministra sobre o problema dos ciberataques ao EMGFA, não ficou satisfeito com as (não) respostas de Helena Carreiras aos deputados. Segundo várias fontes presentes na reunião e ouvidas pelo Expresso, a governante escudou-se sucessivamente no segredo de Estado e nos princípios relativos às matérias classificadas para não dar mais esclarecimentos, mesmo à porta fechada.
José Pinto Moreira, vice-presidente da bancada do PSD com a pasta da Defesa, diz que saiu “mais intranquilo e mais preocupado do que já estava” antes da audição, com as “evasivas” da ministra, “que em alguns casos poderia ter sido mais esclarecedora”, diz ao Expresso.
O deputado social-democrata garante que, com a falta de respostas, não vai deixar cair o assunto: “Queremos ouvir o secretário de Estado da Digitalização Modernização Administrativa, o diretor do Gabinete Nacional de Segurança e o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas."
Helena Carreiras blindou-se de tal maneira às respostas que não disse como soube do caso, quem a informou, se foi mesmo a embaixada dos Estados Unidos a informar o primeiro-ministro. Mas confirmou a notícia do Expresso de que falta gente na área da ciberdefesa, onde há 40 efetivos onde devia haver 90.
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