Governo quer avaliar com "atenção" imposto para empresas que lucram com a inflação
Primeiro-ministro adverte para a carga fiscal já elevada em Portugal, mas não exclui essa hipótese. Uma resposta ao apelo do presidente do PS
Primeiro-ministro adverte para a carga fiscal já elevada em Portugal, mas não exclui essa hipótese. Uma resposta ao apelo do presidente do PS
O chefe do Governo, António Costa, admite que irá avaliar com "atenção" a criação de um "imposto extraordinário" para as empresas que estão a lucrar com a crise inflacionária. E adverte para a carga fiscal já elevada.
"Não desconsideramos a situação que as empresas cuja atividade tem vindo a beneficiar anormalmente pelo facto do aumento dos preços. Mas para algumas delas é preciso ter em conta que já temos taxas, sobretaxas", afirmou o primeiro-ministro em declarações aos jornalistas à margem de uma visita a uma creche na Amadora.
Para António Costa, essa medida deve ser avaliada com "atenção", porque fará sentido criar uma "terceira sobretaxa" para algumas empresas. "A nossa situação não é totalmente comparável com a de noutros países. E isso deve ser tido em conta, porque quem já paga mais uma sobretaxa e uma sobretaxa sobre a sobretaxa, se calhar já não é razoável exigir uma terceira sobretaxa", insistiu.
Costa frisou que parte dos "sobreganhos" destas empresas, nomeadamente no caso das elétricas já estão a ser utilizados para financiar o mecanismo ibérico, excecional e temporário de ajuste dos custos de produção de energia elétrica.
E defendeu ainda que é preciso perceber qual é o "benefício efetivo" que outros países já adotaram esse imposto extraordinário estão a ter.
A reação de António Costa surge depois de o presidente do PS, Carlos César, Executivo deve "ir mais além" e aplicar um imposto extraordinário para as empresas que estão a lucrar com a crise inflacionária. " [Essas empresas] deviam ser objeto de uma coleta fiscal extraordinária, pelo menos na componente que não se destine ao reinvestimento", escreveu socialista num post no Twitter.
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