Morreu o general Almeida Bruno

Ministério da Defesa e Presidente da República já enviaram condolências à família do militar que a PIDE tentou matar em 1974
Ministério da Defesa e Presidente da República já enviaram condolências à família do militar que a PIDE tentou matar em 1974
Morreu esta quarta feira o general João de Almeida Bruno, aos 87 anos, O Presidente da República e a ministra da Defesa já enviaram as condolências a este militar que foi condecorado por bravura na Guerra Colonial e que a PIDE tentou matar antes do 25 de Abril.
"O Presidente da República evoca, com respeito, admiração e amizade, o General João de Almeida Bruno, apresentando as suas condolências à família e ao Exército Português, que serviu com independência, sentido de missão e devoção integral", divulgou Marcelo no site da Presidência.
Também a ministra deu a conhecer, por comunicado, que enviou as suas condolências à família do general, que faleceu no Hospital das Forças Armadas.
"Incorporado no Exército em 1952, Almeida Bruno serviu as Forças Armadas e o País ao longo de mais de quatro décadas, num percurso que culminou como Presidente do Supremo Tribunal Militar, entre 1994 e 1998, momento da sua passagem à situação de reforma", lembra o comunicado do Ministério da Defesa. E também recordar que "ao longo da sua carreira foi distinguido com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, com as medalhas de Valor Militar e da Cruz de Guerra, e com a Ordem Militar de Avis, entre outras condecorações".
Nascido em Lisboa, João Almeida Bruno fez parte de um grupo de cadetes que incluia nomes como Ramalho Eanes, Melo Antunes, Loureiro dos Santos e Gabriel Espírito Santo. Foi mobilizado para Angola logo no início da Guerra Colonial, em 1961. Passos sete anos estava na Guiné, onde foi Chefe do Centro de Operações Especiais do Comando-Chefe e, mais tarde, dirigiu o Batalhão de Comandos, criado em 1972.
Considerado um spinolista, como muitos dos militares que passaram pela Guiné e por lá se cruzaram com o general, Almeida Bruno esteve envolvido no Golpe das Caldas, a 16 de março de 1974. Foi nessa altura, depois do golpe falhado, que a PIDE o tentou matar. A polícia política tinha ordem para o prender e para atirar a matar caso resistisse. Almeida Bruno, por mera acaso, como conta Silva Carvalho neste documentário da RTP, não foi a casa, pelo que a PIDE acabou por prender um familiar seu, também militar.
O velório do general decorre na Academia Militar, que também dirigiu, a partir das 15h desta quinta-feira. A missa de corpo presente está marcada para as 14h de sexta-feira, seguinda de funeral para o Cemitério do Alto de São João, em LIsboa.
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