O Presidente da República vai receber André Ventura na próxima sexta-feira em Belém, na sequência de um pedido de "audiência urgente" por parte do Chega sobre a atuação do presidente do Parlamento.
A reunião foi anunciada esta tarde por Marcelo Rebelo de Sousa e confirmada ao Expresso por fonte oficial do partido. "Já hoje foi marcada para esta semana ainda", afirmou o chefe de Estado, em resposta aos jornalistas, à margem de uma visita à Sé de Lisboa.
O encontro foi agendado para a próxima sexta-feira pelas 15h30, adiantou, por sua vez, fonte do partido. Em causa estão críticas do Chega à condução dos trabalhos no Parlamento por Augusto Santos Silva, a quem acusam de "falta de isenção e independência".
Na origem do pedido de audiência esteve um momento de tensão no Parlamento, na sexta-feira, entre o líder do Chega e o presidente da Assembleia da República (AR). Após uma intervenção critica de Ventura sobre a revisão da lei de estrangeiros e a proposta do Governo, Santos Silva interveio e fez questão de dirigir uma palavra aos cidadãos estrangeiros residentes em Portugal, afirmando que o país "deve muito aos muitos milhares de imigrantes" que aqui trabalham.
Em contrarresposta, o líder do Chega acusou o líder da AR de de não ser imparcial e de representar os interesses do PS. E quando Santos Silva lhe estava a responder, a bancada do Chega resolveu abandonar o hemiciclo, em jeito de protesto.
"O comportamento persecutório de Santos Silva em relação ao Chega tem sido reiterado desde o início da legislatura, tendo, em apenas quatro meses, recusado agendar um debate de urgência sobre incêndios, admitir projetos de lei do partido e ainda feito interrupções abruptas e arbitrárias de deputados no uso da palavra, entre outros atropelos ao Regimento da Assembleia da República", alega o partido.
Na última semana, o Chega anunciou também que irá apresentar um projeto de resolução, em setembro, com vista a condenar a atuação do presidente do Parlamento. Entretanto, Ventura anunciou hoje que o partido irá entregar ainda esta semana um projeto de lei que pretende "clarificar" a sua posição polémica sobre a imigração. O objetivo, explicou, será "favorecer o acolhimento de imigrantes que vêm para trabalhar e para se integrar", mas ao mesmo tempo, "aumentar a fiscalização" para quem só pretende "recolher subsídios".
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