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Santos Silva na corrida a Belém? O ‘timing’ não foi “inocente” mas tem “riscos”. Postura com o Chega pode trazer-lhe “capital político”

Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, foi quem redigiu os dois votos de pesar
Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, foi quem redigiu os dois votos de pesar
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O presidente da Assembleia da República não afastou uma eventual candidatura às eleições de 2026 horas depois de mais uma reprimenda à bancada de André Ventura. Mas é “muito cedo ainda” e “muita coisa pode acontecer e correr menos bem”, sinalizam dois politólogos ouvidos pelo Expresso

Santos Silva na corrida a Belém? O ‘timing’ não foi “inocente” mas tem “riscos”. Postura com o Chega pode trazer-lhe “capital político”

Hélder Gomes

Jornalista

“Não rejeito nada em absoluto porque se o fizesse, não tinha procurado servir o meu país onde era necessário e entendido como mais útil.” Com estas palavras, proferidas em entrevista à RTP2 esta quinta-feira, Augusto Santos Silva abriu a porta à especulação sobre uma candidatura a Belém que só será escancarada ou fechada pelo próprio no ano anterior às próximas eleições presidenciais. “Lá para 2025 falaremos das presidenciais. Entretanto, vamos trabalhando em conjunto”, atalhou o presidente da Assembleia da República. Dizer mais do que isto seria “desrespeitoso”, não apenas com os deputados, mas também com “o atual Presidente da República, que está na primeira metade do seu mandato e com o mérito que os portugueses lhe reconhecem”, acrescentou.

A entrevista foi concedida horas depois de uma reprimenda a André Ventura no Parlamento, que motivou a saída em debandada dos deputados do Chega, quando Santos Silva ainda falava. “O ‘timing’ escolhido foi tudo menos inocente. Os últimos acontecimentos com os deputados do Chega colocaram Augusto Santos Silva numa posição de guardião dos valores democráticos, da união nacional, da tolerância e do respeito pela diferença – características comummente associadas à figura do Presidente da República”, avalia Susana Rogeiro Nina, investigadora e professora de Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Lusófona. “Em termos de estratégia comunicacional”, prossegue, em declarações ao Expresso, “Santos Silva procura, acima de tudo, capitalizar a atenção mediática positiva recebida após ter confrontado André Ventura e os seus deputados”.

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