Política

Direita não dá indicação de voto sobre Augusto Santos Silva

Augusto Santos Silva sucede esta terça-feira a Ferro Rodrigues como segunda figura do Estado
Augusto Santos Silva sucede esta terça-feira a Ferro Rodrigues como segunda figura do Estado
MANUEL DE ALMEIDA/Lusa

Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros será eleito esta terça-feira presidente do Parlamento, sem sobressaltos

Direita não dá indicação de voto sobre Augusto Santos Silva

Hélder Gomes

Jornalista

Direita não dá indicação de voto sobre Augusto Santos Silva

Liliana Coelho

Jornalista

Direita não dá indicação de voto sobre Augusto Santos Silva

Rita Dinis

Jornalista

Os partidos à direita do PS escudam-se no voto secreto para não dar conta do seu sentido de voto na eleição do novo presidente do Parlamento. A eleição decorre com voto secreto em urna na tarde desta terça-feira, dia em que começa a XV legislatura e Augusto Santos deve ser eleito segunda figura do Estado sem sobressaltos.

Santos Silva, que deixou esta segunda-feira de ser ministro dos Negócios Estrangeiros e se tornou um "homem livre", tem a eleição garantida pela maioria absoluta do PS, que tem 120 deputados, mas também deve receber votos dos outros partidos, apesar de à direita não ser assumido.

Pelo lado do PSD, não será dada indicação de voto aos seus deputados e a ideia é que seja uma votação pacifica.

“O voto é secreto” – foi a resposta que o Expresso recebeu do Chega, partido que, no entanto, não esclareceu se seria dada indicação de voto aos seus 12 deputados.

A Iniciativa Liberal também se escuda no voto secreto para não dar uma posição sobre o candidato a Presidente da Assembleia da República. Não faria sentido nenhum um partido liberal dar indicação de voto numa votação como esta: com voto secreto em urna e sobre um nome em concreto.

A votação decorre a partir das 15h00 depois de ser feito o acolhimento e verificação de mandatos dos deputados. A sessão inaugural da XV Legislatura começa às 10h00 com a constituição de uma Mesa provisória, que vai dirigir so primeiros trabalhos. E o primeiro trabalho é votar a constituição de uma Constituição de uma Comissão Eventual de Verificação de Poderes dos Deputados Eleitos.

A seguir os trabalhos são suspensos para que essa comissão faça o seu trabalho. Ao mesmo tempo irá decorrendo no Salão Nobre o processo de acolhimento aos deputados, onde são fotografados para o Cartão de Deputado e preenchem os formulários necessários.

Às 15h00 são retomados os trabalhos no plenário, com a leitura do relatório de verificação de poderes, a que se seguirá a eleição do presidente da Assembleia da República. E ficará, assim, completa a primeira sessão desta legislatura.

As eleição dos outros membros da mesa - vice-presidentes e secretários - só vai ocorrer numa outra sessão plenária ainda por agendar e que só deve acontecer depois de feita a substituição de deputados. Ou seja, há deputados que vão tomar posse esta terça-feira, mas que na quarta vão deixar de o ser, seja porque vão para o Governo, que toma posse na quarta, seja porque têm de dar o seu lugar aos membros do Governo ainda em funções. Por isso, ficou decidido que a eleição da mesa do Parlamento será feita já com uma composição mais estável, o que só acontece a partir de quinta-feira.

Uma das polémicas dessa segunda sessão será a eleição dos vice-presidentes, em concreto do nome indicado pelo Chega. A maioria de esquerda não deve aprovar o nomes de Diogo Pacheco Amorim, mas André Ventura já anunciou que irá apresentar alternativas numa segunda votação.

Pela Iniciativa Liberal, o candidato a vice será o presidente do partido, Cotrim Figueiredo. E o PSD divulgou esta segunda-feira que o seu candidato será Adão e Silva, o atual líder parlamentar. O PSD era também o único partido que não tinha ainda indicado quem irá liderar a bancada e o escolhido de Rui Rio é Paulo Mota Pinto, presidente do Conselho Nacional do partido.

No Chega, o escolhido por Ventura é Pedro Pinto, eleito por Faro. Na Iniciativa Liberal, a liderança do grupo parlamentar é entregue a Rodrigo Saraiva, fundador e antigo assessor de imprensa do partido.

No PS, o candidato a líder parlamentar é Eurico Dias, que deixou esta segunda-feira a secretaria de Estado da Internacionalização. No PCP, o cargo é de Paula Santos e no Bloco mantém-se Pedro Filipe Soares, que é o único líder parlamentar a manter-se da última legislatura.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hgomes@expresso.impresa.pt

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