Direita não dá indicação de voto sobre Augusto Santos Silva
Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros será eleito esta terça-feira presidente do Parlamento, sem sobressaltos
Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros será eleito esta terça-feira presidente do Parlamento, sem sobressaltos
Os partidos à direita do PS escudam-se no voto secreto para não dar conta do seu sentido de voto na eleição do novo presidente do Parlamento. A eleição decorre com voto secreto em urna na tarde desta terça-feira, dia em que começa a XV legislatura e Augusto Santos deve ser eleito segunda figura do Estado sem sobressaltos.
Santos Silva, que deixou esta segunda-feira de ser ministro dos Negócios Estrangeiros e se tornou um "homem livre", tem a eleição garantida pela maioria absoluta do PS, que tem 120 deputados, mas também deve receber votos dos outros partidos, apesar de à direita não ser assumido.
Pelo lado do PSD, não será dada indicação de voto aos seus deputados e a ideia é que seja uma votação pacifica.
“O voto é secreto” – foi a resposta que o Expresso recebeu do Chega, partido que, no entanto, não esclareceu se seria dada indicação de voto aos seus 12 deputados.
A Iniciativa Liberal também se escuda no voto secreto para não dar uma posição sobre o candidato a Presidente da Assembleia da República. Não faria sentido nenhum um partido liberal dar indicação de voto numa votação como esta: com voto secreto em urna e sobre um nome em concreto.
A votação decorre a partir das 15h00 depois de ser feito o acolhimento e verificação de mandatos dos deputados. A sessão inaugural da XV Legislatura começa às 10h00 com a constituição de uma Mesa provisória, que vai dirigir so primeiros trabalhos. E o primeiro trabalho é votar a constituição de uma Constituição de uma Comissão Eventual de Verificação de Poderes dos Deputados Eleitos.
A seguir os trabalhos são suspensos para que essa comissão faça o seu trabalho. Ao mesmo tempo irá decorrendo no Salão Nobre o processo de acolhimento aos deputados, onde são fotografados para o Cartão de Deputado e preenchem os formulários necessários.
Às 15h00 são retomados os trabalhos no plenário, com a leitura do relatório de verificação de poderes, a que se seguirá a eleição do presidente da Assembleia da República. E ficará, assim, completa a primeira sessão desta legislatura.
As eleição dos outros membros da mesa - vice-presidentes e secretários - só vai ocorrer numa outra sessão plenária ainda por agendar e que só deve acontecer depois de feita a substituição de deputados. Ou seja, há deputados que vão tomar posse esta terça-feira, mas que na quarta vão deixar de o ser, seja porque vão para o Governo, que toma posse na quarta, seja porque têm de dar o seu lugar aos membros do Governo ainda em funções. Por isso, ficou decidido que a eleição da mesa do Parlamento será feita já com uma composição mais estável, o que só acontece a partir de quinta-feira.
Uma das polémicas dessa segunda sessão será a eleição dos vice-presidentes, em concreto do nome indicado pelo Chega. A maioria de esquerda não deve aprovar o nomes de Diogo Pacheco Amorim, mas André Ventura já anunciou que irá apresentar alternativas numa segunda votação.
Pela Iniciativa Liberal, o candidato a vice será o presidente do partido, Cotrim Figueiredo. E o PSD divulgou esta segunda-feira que o seu candidato será Adão e Silva, o atual líder parlamentar. O PSD era também o único partido que não tinha ainda indicado quem irá liderar a bancada e o escolhido de Rui Rio é Paulo Mota Pinto, presidente do Conselho Nacional do partido.
No Chega, o escolhido por Ventura é Pedro Pinto, eleito por Faro. Na Iniciativa Liberal, a liderança do grupo parlamentar é entregue a Rodrigo Saraiva, fundador e antigo assessor de imprensa do partido.
No PS, o candidato a líder parlamentar é Eurico Dias, que deixou esta segunda-feira a secretaria de Estado da Internacionalização. No PCP, o cargo é de Paula Santos e no Bloco mantém-se Pedro Filipe Soares, que é o único líder parlamentar a manter-se da última legislatura.
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