Política

Legislativas: BE critica jogos, falta de clareza e diz que é à esquerda que estão as soluções

A coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, fala aos jornalistas no final da reunião da Mesa Nacional, para aprovação do documento final de programa eleitoral para as eleições legislativas que decorrem em janeiro
A coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, fala aos jornalistas no final da reunião da Mesa Nacional, para aprovação do documento final de programa eleitoral para as eleições legislativas que decorrem em janeiro
ANTÓNIO COTRIM

A propósito dos cenários de governabilidade, a líder do BE afirmou que tem "ouvido muito jogo" e até partidos que dizem que "tanto podem fazer acordos à direita ou à esquerda", criticando a falta de clareza.

A coordenadora do BE apontou esta terça-feira a falta de clareza e jogos na disputa eleitoral, considerando que, quem se lembra da maioria absoluta do PS ou de governos de direita, sabe que é à esquerda que estão as soluções.

Catarina Martins apresentou hoje, em conferência de imprensa na sede do partido, o programa eleitoral com o qual o BE se apresenta às legislativas antecipadas de 30 de janeiro, no qual se pode ler precisamente que "nem maioria absoluta, nem bloco central" nas próximas eleições e que "é o reforço da esquerda que trava a derrapagem para o pântano político e para a estagnação social e que impõe compromissos claros que defendem o país".

"Há muita gente que se lembra do que é uma maioria absoluta do PS, há também muita gente que se lembra do que é um governo de direita e por isso tenho a certeza de que neste país há tanta gente que sabe que é com a esquerda que vai ter soluções para o salário, para a saúde, para a escola, para a habitação, para o clima e é essa disputa que nós temos de fazer destas eleições", respondeu aos jornalistas.

A propósito dos cenários de governabilidade, a líder do BE afirmou que tem "ouvido muito jogo" e até partidos que dizem que "tanto podem fazer acordos à direita ou à esquerda", criticando a falta de clareza.

"As pessoas estão muito cansadas e não precisam de umas eleições sobre jogos políticos, precisam de escolher um programa para o país", apelou.

Essa clareza é aquela que Catarina Martins garantiu que o partido tem tido, ou seja, a disponibilidade para "acordos estáveis que transformem a vida das pessoas e respondam às condições fundamentais do salário, da saúde, da educação, da habitação, do clima".

A coordenadora bloquista apontou ainda repetidas discussões sobre "se o bloco central se entende ou não entende e quem é que tem o dever de apoiar quem, como se as eleições fossem um jogo sobre que partido é que está de turno na governação do país e não uma decisão fundamental sobre as transformações de que o país precisa".

"Estas eleições têm que ser para discutir quais são as soluções que os partidos trazem para responder a problemas porque será a força dessas soluções que depois vão construir as soluções de maiorias parlamentares e de Governo", insistiu, assegurando que o programa do BE é "de transformação".

Insistindo na necessidade de "uma maioria à esquerda na Assembleia da República" e de "vontade de assumir compromissos", Catarina Martins afirmou que "estas eleições não são sobre a viabilização de um Orçamento do Estado, são sobre uma legislatura".

"Aquilo que nós queremos é abrir um novo ciclo político", afirmou, considerando que "o país não precisa de mais impasse, precisa de soluções".

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