Foi como na crise dos "três equívocos" por causa da tentativa de exoneração do chefe do Estado-Maior da Armada, há mês e meio: primeiro, falhas institucionais na triangulação entre Presidente da República, ministro da Defesa e primeiro-ministro. No fim, depois de uma reunião em Belém, os equívocos foram dados como esclarecidos. Agora, nem foi preciso reunião: Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa não realizaram o encontro regular das quintas-feiras, apesar de estarem os dois em Lisboa (às vezes o primeiro-ministro tinha de se deslocar no país para se encontrar com o Presidente), e falaram ao telefone para esclarecer a falta de comunicação sobre a Operação Miríade.
"O primeiro-ministro falou com o Presidente da República e ficou tudo esclarecido. Ambos compreenderam explicações do almirante chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e do ministro da Defesa", avançou ao Expresso fonte oficial do gabinete do PM, informação que já tinha sido adiantada pelo "Público" na manhã desta sexta-feira. Marcelo também não irá dramatizar a questão, apesar de nem ele, como comandante supremo das Forças Armadas, nem o primeiro-ministro, terem sido informados de que estava a decorrer um inquérito para investigar um alegado tráfico de diamantes, ouro e droga por parte de militares portugueses a partir da República Centro-Africana, onde Portugal contribui com forças especiais no âmbito de uma operação sob o chapéu das Nações Unidas (que foram informadas).
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