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Paulo Rangel apela aos militantes: “Não precisamos de suspender a democracia para ganhar as legislativas”

Paulo Rangel
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Paulo Rangel escreveu esta terça-feira uma carta aos militantes do PSD onde apela a que, ao contrário do que defende Rui Rio, haja eleições internas para legitimar o candidato a primeiro-ministro - e o seu projeto

Paulo Rangel apela aos militantes: “Não precisamos de suspender a democracia para ganhar as legislativas”

Rita Dinis

Jornalista

Numa carta enviada aos militantes do PSD por e-mail, Paulo Rangel defende que o PSD deve aproveitar as eleições internas para debater o país e preparar as legislativas. Só assim o candidato do PSD a primeiro-ministro sairá legitimado para disputar às legislativas "em plena força". É a resposta de Rangel à carta enviada ontem pela direção de Rio aos militantes do partido.

"Não precisamos de 'suspender' a democracia para ganharmos as legislativas. Precisamos antes que o novo líder do PSD esteja legitimado pelos militantes e com o mandato para disputar de igual para igual e em plena força as eleições gerais, tornadno-se no chefe do Governo do nosso país", escreve, desafiando os militantes do partido a juntarem-se a esta forma de pensar - que contrasta com a ideia defendida por Rui Rio numa carta enviada ontem aos mesmos militantes do partido.

Na missiva, Paulo Rangel reafirma também qual é o seu projeto: "Liderar todo o espaço não socialista", recusando "quaisquer acordos com a direita radical" e rejeitando a ideia de um "bloco central de partidos e de interesses".

E põe a tónica no combate ao Partido Socialista. "Vamos romper com os erros dos governos socialistas, que nos condenaram a 20 anos de estagnação, arrastando-nos para a cauda da Europa", escreve. Mobilidade social, criação de riqueza, combate à pobreza, solidariedade entre gerações, ambiente, saúde, educação e justiça são alguns dos pilares que aponta.

O candidato à liderança do PSD procura ainda distanciar-se do atual líder do partido ao afirmar que "só com um partido unido" será possível o PSD reavivar a sua "vocação maioritária e dar ao país uma solução de governo estável e reformista".

As diretas no PSD estão marcadas para dia 4 de dezembro e, no próximo sábado, vai reunir-se o Conselho Nacional do partido, em Aveiro, para analisar um pedido de antecipação do Congresso por parte de dirigentes distritais e conselheiros (na sua maioria apoiantes de Rangel).

Rui Rio tem defendido, contudo, que as legislativas antecipadas são “uma excelente oportunidade para o PSD aproveitar o bom resultado das autárquicas e ganhar essas eleições”, acreditando que as direitas do partido devem ser adiadas para depois da ida às urnas. Foi isso que a atual direção do partido defendeu ontem numa carta enviada aos militantes - assinada pela comissão permanente, isto é, pela atual direção de Rui Rio, e não pela candidatura.

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