Para Marcelo Rebelo de Sousa, voltar a chamar os partidos não é uma hipótese e a aprovação do documento é o melhor que podia acontecer. “Vejo muitos problemas no horizonte e uma crise política só juntaria mais problemas aos que temos”
Jornalista
O nervosismo em torno da aprovação do Orçamento do Estado para 2022 aumenta a cada dia e o Presidente da República é um dos mais preocupados, acenando até com o risco do regresso da pandemia. Segundo Marcelo de Rebelo de Sousa, deverá haver novidades sobre os contactos e negociações entre partidos “até ao fim da semana”.
“Tenho a sensação de que até ao fim da semana fica claro o que resulta dos contactos entre os partidos que estão no parlamento e fora do parlamento”, adiantou esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas, à saída da exposição de Paula Rego na Tate Gallery, em Londres.
Aí já será possível ter “uma noção mais aproximada” do que está para vir, adiantou também Marcelo Rebelo de Sousa, recusando a possibilidade de voltar a chamar os partidos a Belém. “Fiz os contactos que tinha a fazer e tenho acompanhado à distância o que se passa. Não quero interferir nos contactos que têm sido desenvolvidos.”
O Presidente da República reiterou a sua esperança de ver o Orçamento ser aprovado, “não tanto por questões de pormenor”, mas por outras. “Olho para o mundo, olho para a Europa, vejo que a recuperação não está a começar, vejo a pandemia em muitos casos a voltar, vejo que a situação se está a agravar, vejo que os preços da energia estão a subir, vejo muito problemas no horizonte e uma crise política só juntaria mais um problema aos problemas que temos”, afirmou, acrescentando que “não é por acaso que na nossa história política não há muitos orçamentos chumbados”.
A votação do Orçamento do Estado para 2022 na generalidade está agendada para a próxima quarta-feira, 27 de outubro, com o debate a arrancar na véspera.
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