Política

André Ventura demite-se e convoca novas eleições para liderança do Chega

André Ventura demite-se e convoca novas eleições para liderança do Chega
FILIPE FARINHA/LUSA

O anúncio foi feito na sequência do acórdão do Tribunal Constitucional que deu razão ao Ministério Público ao considerar os estatutos do partido ilegais. O líder demissionário recandidata-se à presidência do Chega em eleições que deverão realizar-se no final deste mês ou início do próximo. Em dezembro haverá um congresso extraordinário

André Ventura demite-se e convoca novas eleições para liderança do Chega

Hélder Gomes

Jornalista

André Ventura anunciou esta sexta-feira que vai apresentar a demissão e pedir a convocação de novas eleições para a direção do Chega.

A decisão surge na sequência do acórdão do Tribunal Constitucional, conhecido na véspera, que deu razão ao Ministério Público ao considerar ilegais os estatutos do partido. A alteração estatutária do Chega foi decidida na II Convenção Nacional do partido, realizada em Évora em setembro do ano passado.

Dizendo que o partido que lidera está a ser “alvo de perseguições das instituições”, Ventura esclareceu que será recandidato nessas eleições diretas, que devem acontecer “o mais breve possível”. “Não podemos perder mais tempo com imbróglios jurídicos”, justificou, adiantando que o novo ato eleitoral deverá realizar-se no final de outubro ou início de novembro.

Após as diretas, haverá ainda um congresso extraordinário do Chega em dezembro, algo que decorria do acórdão do Constitucional. Mas Ventura confessou que a reunião magna acontecerá a contragosto. “Fazemos este Congresso contra a nossa vontade. Isto significa um aplicar de recursos financeiros, políticos e logísticos que todos que fazem parte disto compreendem”, declarou.

O Constitucional confirmou que a convocatória para a Convenção de Évora foi ilegal. Para que haja uma alteração de estatutos do partido é necessário que isso fique claro na convocatória, o que não aconteceu, defendem os juízes.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, Ventura disse ainda que, “apesar de não ser claro na decisão do Tribunal Constitucional se a eleição do presidente do partido em eleições fica ou não comprometida”, o Chega decidiu “não correr mais riscos nesta matéria”.

Com a grande maioria dos órgão do partido “em causa” na sequência da decisão do Constitucional, o Chega “entrará agora numa fase em que apenas levará a cabo atos de gestão”, acrescentou o líder demissionário.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hgomes@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate