O Presidente da República publicou uma nota na sua página oficial onde, a propósito da audiência de cerca de uma hora que concedeu ao primeiro-ministro e ao ministro da Defesa, diz terem ficado "esclarecidos os equívocos suscitados a propósito da Chefia do Estado-Maior da Armada (CEMA)".
A reunião decorreu a pedido do chefe do Governo, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter desautorizado o ministro da Defesa, esta quarta-feira de manhã, ao tornar público que o CEMA não será exonerado nesta altura, como tinha sido comunicado na véspera ao próprio pelo ministro Gomes Cravinho.
"O Presidente da República recebeu, a seu pedido, o Primeiro-Ministro, que foi acompanhado pelo Ministro da Defesa Nacional. Ficaram esclarecidos os equívocos suscitados a propósito da Chefia do Estado-Maior da Armada", lê-se na nota.
O termo "equívocos" foi usado pelo primeiro-ministro quando pediu ao Presidente para o receber, a ele e ao ministro da Defesa. Mas o primeiro a utilizá-lo tinha sido o próprio Marcelo, quando no final de uma visita à Casa do Artista, em Lisboa, comentou as notícias sobre a exoneração anunciada do Chefe da Armada e elencou "três equívocos".
Primeiro, que o "momento" para fazer esta substituição já estava acertado, mas não era "este"; segundo, que as discordâncias do CEMA com as alterações legislativas operadas na relação das chefias militares com o Governo não configuraram uma "deslealdade institucional"; e terceiro, que Gouveia e Melo, o nome do suposto substituto na chefia da Armada "dispensa ser envolvido numa situação em que pudesse aparecer como que num atropelamento de pessoas ou de instituições".
Fonte oficial da Presidência confirmou ao Expresso que Marcelo Rebelo de Sousa só teve conhecimento da reunião que Gomes Cravinho teve na terça-feira no seu gabinete com o CEMA para lhe comunicar a exoneração "depois desta ter acontecido".
Após a desautorização pública do ministro, António Costa pediu a reunião em Belém. Aparentemente, a situação, para já, estará resolvida.
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