OE-2022. Rendas com benefícios fiscais e juros ficam de fora. Governo garante que só irá englobar os “rendimentos especulativos”
Há dois anos, António Costa afiançou a um Rui Rio agitado com o rumo da política fiscal que, “se alguma vez chegarmos a discutir o englobamento, ainda cá estará para termos essa discussão em devido tempo”. Dois anos e três Orçamentos depois, o momento parece ter chegado. O polémico englobamento dos rendimentos no IRS saltou do programa de Governo para a mesa das negociações com o PCP, e, se avançar, deverá poupar duas categorias de rendimentos, apurou o Expresso: os juros e as rendas de longa duração que têm benefício fiscal. Tudo o resto será para englobar, embora com tantas pinças e exclusões que só quem receber muitas rendas e capitais (a título individual) deverá ser apanhado.
Para já, testam-se vários cenários e simulações, mas todos eles estão assentes em duas premissas: o englobamento não vai beliscar a classe média nem quem vive sobretudo de rendimentos do trabalho e pensões, nem tão-pouco representará um revés em políticas em que os socialistas vêm apostando de promoção de contratos de arrendamento de mais longa duração.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lvalente@expresso.impresa.pt