Exclusivo

Política

“Marca da gestão PS” é da “promiscuidade familiar e partidária”, diz Bernardino

“Marca da gestão PS” é da “promiscuidade familiar e partidária”, diz Bernardino
PEDRO NUNES

Foi um dos maiores comícios da campanha da CDU, reconhece a organização. E foi, seguramente, aquele que mais contribuiu para por as orelhas dos socialistas a arder. Em Loures, Bernardino Soares deu tudo por tudo para conseguir o terceiro mandato. Votar nele "é um opção incontornável" para não voltar ao "tempo da promiscuidade, da dívida e da estagnação".

“Marca da gestão PS” é da “promiscuidade familiar e partidária”, diz Bernardino

Pedro Nunes

Fotojornalista

O Pavilhão Paz e Amizade, uma das obras feitas pela autarquia comunista de Loures, encheu-se esta noite para apoiar Bernardino Soares na tentativa de cumprir um terceiro mandato à frente da Câmara. Aplaudido de pé e, por várias vezes interrompido por palmas da assistência, o autarca fez as honras da casa e proferiu o discurso político mais violento contra o adversário socialista feito durante toda a campanha da CDU.

PEDRO NUNES

"Andam a tentar convencer o povo de que têm o Governo no bolso", disse o antigo líder parlamentar comunista e há oito anos autarca de Loures. No curriculum, Bernardino tem o feito de ter retirado a Câmara ao PS e foi precisamente do passado de 12 anos de gestão socialista de Loures que optou por falar como arma de arremesso. A imagem de que os milhões da bazuca podem beneficiar os autarcas socialistas tem sido o tema desta campanha. "Para além de ser uma promiscuidade anti-democrática" a promessa é, para o autarca de Loures e no que ao seu concelho diz respeito, "completamente falso". "Nos 12 anos de gestão socialista da Câmara, seis esteve também o PS no Governo. E o que resolveram nesse tempo?", questiona Bernardino Soares: "não conseguiram parir uma proposta que fosse aceite pelas infra-estruturas de Portugal" para melhorar a rede rodoviária, exemplifica, juntando a falha na construção de novos centros de saúde ou o avanço da linha de metro, só agora acordada com entre a autarquia e o Governo.

O desfiar de lembranças do passado, passou ainda pelos 60 milhões de dívida que Câmara comunista recebeu à chegada. Em tempos de guerra eleitoral, as heranças pesadas são argumentos preciosos, sobretudo quando uma nova onda rosa já fez a caravana do primeiro ministro passar por Loures, rasgando elogios e apoios para estreitar a margem de distância entre os adversários e fazer a Câmara mudar de mãos. Foi por isso altura de Bernardino lembrar "o tempo em que a Câmara de Loures era conhecida pelas promiscuidades familiares e partidárias", em que "as transferências de verbas para as freguesias se ditavam pela proximidade ao PS ou do presidente da Câmara", ou quando "do escasso dinheiro que vinha do Ministério da Educação, em cada 100 euros recebidos, o PS só gastava 40".

"Acabou esse tempo", disse e repetiu Bernardino Soares. E se o passado está bem presente, a lista de candidatos apresentados agora pelo PS às novas eleições traz as memórias de volta para continuar o ataque. "Se olharmos para o que têm os nossos adversários para oferecer, vemos que são os mesmos que acumularam dívida, desorganização e que destruíram o município". Dois dos (re)candidatos socialistas a presidentes das juntas de freguesia ainda detidas pelo PS "são ao mesmo tempo presidentes dos bombeiros e um deles ainda preside a uma associação recriativa".

O apelo ao voto foi acompanhado por um afagar dos egos dos eleitores. "As pessoas estão fartas que lhe façam promessas por tudo e por nada" e o candidato comunista está lá para impedir isso e que se volte "ao tempo da promiscuidade, da dívida, da estagnação". "Porque não queremos voltar para trás", Bernardino acaba com uma ... promessa: "vamos conseguir. Vamos ganhar".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: RLima@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate