PCP considera “positiva” decisão da DGS de vacinar crianças acima de 12 anos. CDS espera que não tenha sido por “pressões do Governo”
PEDRO REIS MARTINS
PCP lembra que a decisão só podia ter sido tomada, “como foi comunicado hoje, após ponderação científica e não por pressão mediática ou política”. CDS critica “ziguezague” de posições e desafia o Governo a “reorganizar devidamente o SNS”
Na mesma linha da reação de António Costa, satisfeito pelo parecer positivo das autoridades de saúde, o Partido Comunista considera “positiva a decisão da DGS” anunciada ao final da manhã, que permite avançar com a vacinação universal de crianças e adolescentes entre os 12 e os 15 anos.
“Como é do conhecimento público, o PCP considera que a vacinação rápida de todos é a solução mais sólida e eficaz para combater a covid-19”, escreve o partido ao Expresso, notando porém que a decisão cabe sempre à Autoridade Nacional de Saúde e “apenas pode ser tomada, como foi comunicado hoje, após ponderação científica e não por pressão mediática ou política”.
Essa pressão tem sido intensa nos últimos dias, nomeadamente a que veio do Presidente da República, para quem é importante acelerar a vacinação também nas faixas etárias mais baixas. O primeiro-ministro adiantou esta tarde que tudo está pronto para que a 19 de setembro, no arranque do ano letivo, as cerca de 400 mil crianças incluídas neste grupo tenham o esquema vacinal completo (além das de 16 e 17 anos, cuja inoculação já estava prevista).
CDS espera que “súbita alteração” da DGS não se deva a “pressões do Governo”
Foram dias de dúvidas e hesitações, a que a Direção-Geral da Saúde (DGS) tenta agora pôr fim. Mas há quem carregue na nota da “mudança de posição tomada, pela mesma Direcção-Geral, há poucos dias”.
Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS, numa nota enviada às redações, diz que espera que “tal súbita alteração de posição radique em novos dados científicos e não em eventuais pressões do Governo”.
Ora o primeiro-ministro, ora o Presidente da República, a vontade de acelerar a vacinação dos mais novos era conhecida. Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, afirmou, a 30 de julho, que era preciso esperar por mais dados científicos. Não mais.
“Como facilmente se percebe, este tipo de ziguezague é passível de gerar perturbação, senão mesmo alarme social entre os mais jovens e as suas famílias, muitas delas em período de férias”, comenta agora o líder centrista, que nota, apesar de tudo, que “a vacinação é o único desígnio nacional que nos permitirá derrotar a pandemia”.
Na reação ao anúncio feito esta terça-feira pela autoridade de saúde, a que se seguiu o de António Costa a lembrar as datas da vacinação destas faixas etárias, o CDS “exorta o Governo a reorganizar devidamente o SNS, porquanto tem-se vindo a registar um incremento galopante de atrasos no diagnóstico e tratamento de outras patologias com potencial letal, como é o caso dos cancros”.
Nota: artigo e título atualizados com a reação do CDS-PP