Andar para trás? Marcelo põe desconfinamento nas mãos do Governo (o que o PR disse não é o que Costa diz que ele disse)

António Costa reinterpretou esta segunda-feira as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa para contrariar a ideia de que o desconfinamento do país já não pode voltar para trás.

"Se alguém o pode garantir? Não, creio que nem o senhor Presidente da República seguramente o pode fazer, nem o fez" e "creio que 100% dirão aquilo que o senhor Presidente da República disse, que é: 'ninguém deseja que não haja desconfinamento'", afirmou o primeiro-ministro, à margem da cimeira da NATO. Mas o que Marcelo disse no domingo foi outra coisa. A saber: que a partir de agora as decisões sanitárias estão nas mãos do Governo, que já não poderá contar com o seu chapéu protetor através do estado de emergência.

O pingue-pongue entre os dois não parou. Segunda-feira à noite, acabado de aterrar em Budapeste onde esta terça-feira assistirá ao Portugal-Hungria, e confrontado pelos jornalistas com a reação de António Costa a desdizer o que ele dissera, o Presidente respondeu: "Por definição o Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro. Quem nomeia o primeiro-ministro é o Presidente, não é o primeiro-ministro que nomeia o Presidente".