Política

Rui Rio acusa PS de ter desistido de ganhar o Porto: António Costa “na prática apoia Rui Moreira”

Rui Rio acusa PS de ter desistido de ganhar o Porto: António Costa “na prática apoia Rui Moreira”
MANUEL FERNANDO ARAUJO/Lusa

Na apresentação da candidatura de Vladimiro Feliz à Câmara do Porto, Rui Rio afirmou que, nas autárquicas, o PSD tem responsabilidades acrescidas por o PS ter desistido de ir a votos para ganhar. O líder do PSD carregou ainda sobre Rui Moreira, ao advertir que o seu candidato nunca se aproveitou para fazer negócios em seu benefício enquanto vereador

Rui Rio acusa PS de ter desistido de ganhar o Porto: António Costa “na prática apoia Rui Moreira”

Isabel Paulo

Jornalista

O discurso de Rui Rio na formalização da candidatura do seu ex-vice presidente na Câmara do Porto foi um prelúdio da que será a campanha das autárquicas na Invicta: uma ação com duas duras frentes de batalha. Na Alfândega do Porto, numa sala cheia de apoiantes de Vladimiro Feliz, o líder do PSD acusou, esta sexta-feira, o Partido Socialista de ter desistido de ir a jogo no Porto para ganhar. “Na prática, António Costa vai apoiar o atual presidente da Câmara do Porto", afirmou Rio, convicto que o PS vai, por isso, fazer “figura de corpo presente”.

“Não vai a jogo para ganhar, mas para dificultar ao máximo a vitória do PSD”, repisou Rui Rio, que critica “a falta de frontalidade” do PS, por ir jogar “escondido” com uma equipa de reservas.

A aposta em Vladimiro Feliz, “uma escolha pessoal”, deve-se ao facto de o seu antigo vereador conhecer bem a cidade onde nasceu, estudou, vive e trabalha e de ter obra feita no Porto, enquanto vereador com os pelouros da Inovação, Turismo e Educação, mas também devido às suas características pessoais, que fez questão de enumerar: competente, trabalhador, sério e leal. “São características fundamentais para o nosso presidente da Câmara”, disse Rui Rio, acrescentando que é, ainda, “confiável”, como antes salientara Paulo Rangel, o eurodeputado que foi a primeira escolha de Rui Rio, mas que declinou o convite.

O líder do PSD apontou a lealdade de Vladimiro Feliz como fundamental num município que preza os princípios “de Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade”. “Não atropela os outros para chegar onde quer, não esquece os outros quando lhe dá jeito”, advertiu, numa indireta a Rui Moreira e ao “emaranhado de interesses dos pseudoindependentes que se candidatam à Câmara do Porto”.

MANUEL FERNANDO ARAUJO/Lusa

Não foi a primeira farpa atirada a Rui Moreira, o candidato que Rio e Vladimiro Feliz apoiaram em 2013, tendo o líder do PSD já advertido que, para se ser autarca, não basta capacidade política, mas é necessária visão e capacidade de execução. “Não adianta ter €100 milhões à ordem nos cofres, a Câmara não é um banco, ou então que se baixe os impostos”, salientou o ex-presidente da Câmara do Porto, lembrando que, numa autarquia, o dinheiro serve para investir na qualidade de vida dos munícipes.

“Vladimiro Feliz vai preocupar-se mais em trabalhar do que em aparecer permanentemente na televisão", criticou, garantindo que o seu número dois não quer ser presidente por vaidade, mas para trabalhar e estar presente no quotidiano dos portuenses. Sem o nomear, o caso Selminho acabou por estar presente na cerimónia de apresentação do candidato “do futuro, da digitalização e da sustentabilidade”, alertando Rui Rio que o candidato do PSD é “sério, não mente, fala verdade” e, como vereador, “nunca se aproveitou para fazer negócios em seu benefício pessoal ou da sua família”.

Paulo Rangel também revelou que Vladimiro Feliz é o candidato certo para Porto, alguém que “arregaça as mangas” e sabe fazer acontecer, “portador e autor” da estratégia de que a cidade precisa hoje e nos próximos anos. “Vladimiro Feliz não é um homem de salões, nem de bailes ou de promoções, de espelhos, nem de câmaras ou televisões”, avisou o eurodeputado.

O discurso de candidato à Câmara do Porto ficou para o fim, tendo transmitido aos portuenses que aquilo que o move são os portuenses, a sua cidade e o interesse público. “Queremos um Porto ao seu ritmo, com garra, com caráter”, afirmou o candidato do PSD, que rejeita um Porto de perceções, que “entra em modo câmara lenta após as eleições e acelera em período eleitoral”.

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